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Exposição de Fotografia 'Folia'

Exposição de Fotografia "Folia"

Exposição FOTOVC20
"Folia"
Egídio Santos

As máscaras e os mascarados têm raízes culturais ancestrais, marcando presença em culturas de todos os continentes e atravessando todas as épocas históricas, revelando-se imprescindíveis em celebrações de natureza laica, ou integrando cerimónias onde assumem funções rituais e cultuais, numa aproximação entre o sagrado e o profano.

Em território português, o Nordeste Transmontano é talvez aquele onde, atualmente, as tradições e os rituais de mascarados se mantêm com mais vitalidade.

Na aldeia de Vila Boa, concelho de Vinhais, o folguedo das festas do Entrudo é protagonizado pelos ‘caretos’, em tempos conhecidos por ‘máscaras’, como ainda hoje gostam de ser conhecidos. São, aliás, os habitantes da aldeia que insistem clarificar que “caretos são os outros, nós somos ‘os máscaras’!”

Acompanhados por um grupo de gaiteiros e bombo, os máscaras fazem a ronda pela aldeia em grande algazarra e gritaria, numa atitude irreverente e excessiva que não conhece limites. Praticam toda a sorte de tropelias e brincadeiras com consentimento da população; entram nas casas e nas adegas (onde comem e bebem sôfregos e fartamente), chocalham freneticamente os quadris das raparigas e lançam farinha e água àqueles que com eles se cruzam. Pelo caminho, ‘roubam’ todo o tipo de objetos, como latas, carroças e fardos de palha que vão amontoando no centro da aldeia onde mais tarde irão acender a fogueira comunitária em redor da qual todos se reúnem. A passagem pelo lar de terceira idade, carregada de nostalgia, recorda os mais velhos dos tempos de mocidade, também eles, então, máscaras. Ao fim da tarde, é acesa uma fogueira de dimensões dantescas em redor da qual os máscaras dançam e os mais audazes saltam ao desafio, numa demonstração de coragem e valentia denunciadora de virilidade, ou simplesmente motivada pelo excesso de bebida que foi alimentando o riso e a boémia dos foliões. Já no limite das forças, deitam-se no chão e tiram a máscara, envolvendo-se em lutas pantominescas enquanto recuperam energias para novas investidas na fogueira. O dia culmina no jantar comunitário, composto de sopa, enchidos, bifanas, arroz doce e vinho; homens e mulheres desempenham um papel ativo, lado a lado, na cozinha, no braseiro e no serviço da mesa.

Já depois da ceia, o silêncio é quebrado pelo homem do embude que apregoa os casamentos entre os jovens da aldeia. Os casais, previamente instituídos, são anunciados e tanto rapazes como raparigas aguardam, com expectativa, o nome do seu par. Selado com um abraço entre os nubentes, o casal ‘existe’ até à meia-noite.

É, então, hora de pôr termo ao folguedo. Anuncia-se já a Quaresma, tempo do jejum e do sagrado. Maria Durão

TEATRO MUNICIPAL DE VILA DO CONDE
Avª. Dr. João Canavarro
4480-668 Vila do Conde
T. +351 252 290 050
E-mail: teatromunicipal@cm-viladoconde.pt

INFORMAÇÕES
Terça a Sábado
10h30 às 12h30 | 14h30 às 19h| (Em dias de espetáculo 20h30 às 23h30)
Domingo
15h30 às 19h

Fonte: https://www.cm-viladoconde.pt/pages/657?event_id=2648
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