Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão
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PARA ATRAVESSAR CONTIGO O DESERTO DO MUNDO Uma criação dos interpretes Lúcia Moniz e Pedro Lamares, a partir da amizade e das cartas trocadas entre Sophia de Mello Breyner Andresen e Jorge de Sena Integra o 3.º capítulo da Poética da Palavra, Encontros de Teatro Para enfrentarmos juntos o terror da morte Para ver a verdade, para perder o medo Ao lado dos teus passos caminhei A amizade de Sophia e Jorge de Sena é bem conhecida, até pelas cartas publicadas. Juntos, em separado, atravessaram o deserto de um país em ditadura. Sena exilou-se, Sophia ficou. Desse afastamento físico resulta a literatura epistolar da sua correspondência. Muito além da direta, há uma profunda correspondência de propósitos. A luta pela liberdade, pela ação, pela palavra. A Sophia é doce, mas não perdoa. Exige a verdade por inteiro para não habitar meio quarto. O Sena é duro e não perdoa. Lembra-nos os que foram e estripados, esfolados, queimados, gaseados, e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto haviam vivido. Juntos, colocam-nos num lugar onde somos chamados a decidir, a questionar. Um lugar onde a indiferença se mostra imperdoável. Para atravessar contigo o deserto do mundo é um exercício de intertexto. Intertexto entre dois poetas, entre dois atores, intertexto de afetos e uma luta comum, entre o mundo que temos e o que queremos. Uma pequenina luz bruxuleante e muda como a exatidão como a firmeza como a justiça. Apenas como elas. Mas brilha. Não na distância. Aqui no meio de nós. Brilha. Direção: Pedro Lamares Criação, Dramaturgia e Interpretação: Lúcia Moniz e Pedro Lamares Direção técnica e desenho de luz: Joaquim Madaíl Produção e difusão: Maria Miguel Coelho Um projeto Casca de Noz Apoio na residência à criação: Município da Sertã; Convento da Sertã Hotel Apoio: Herdade da Malhadinha Nova
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