Afrobaile: Armando Tito (homenagem) + CelesteMariposa

Afroibale com Armando Tito (homenagem) + CelesteMariposa 
20 de setembro, 17:00
Bilhetes: 10€ (à venda em bol.pt) 

INFORMAÇÕES SOBRE A BILHETEIRA
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2. De acordo com a regras em vigor para este estabelecimento, os bilhetes comprados para as sessões após as 20:00 pressupõem a obrigatoriedade de consumo do serviço de restaurante.
3. Devido às regras de distanciamento social e de forma a garantir a lotação mínima necessária para a realização deste espectáculo, a compra de bilhetes por mesa obriga a uma compra de grupo na quantidade mínima de lugares estipulado para cada mesa.
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Armando Tito
Há músicos que passam com discrição pela carreira, acontecendo por vezes que muitos não se apercebam da sua grandeza. 
Na verdade, não será importante pois a música é sobretudo partilha e entrega por esta forma de arte, em prol de alguma exaltação em demasia. Acredito que essa tal discrição seja um dos fatores diferenciadores dos músicos que são ou virão a ser chamados carinhosamente de “mestres”. 
Armando Tito é com certeza um destes casos!
Na verdade o próprio início da sua relação com a música mostra um pouco isso, quando com apenas 6 anos começa às escondidas da mãe a aproximar-se e provavelmente já a apaixonar-se por um violão que estava guardado. Pois o menino, às escondidas tanto insistiu, que um dia o pai ofereceu-lhe o seu primeiro violão. Estava marcado o destino do músico que inclusive anos mais tarde viria a ter a alcunha de...” Violão”
Todos sabemos que Armando Tito durante anos fez parte da banda de suporte de Cesária Évora, nas primeiras tournées, chegando a participar na gravação de um dos discos de Cize.
Antes fez parte do lendário grupo “Voz de Cabo Verde” durante anos. 
Contudo a paixão de Tito era tocar e a sua música só poderia combinar com liberdade e a tal partilha que lhe está no sangue. 
A liberdade que o fez estar sempre a aprender com os mais velhos, que o fez animar bailes desde muito novo ainda em São Vicente e a liberdade que o faria vir a ser o “Violão” de inúmeros artistas Cabo-verdianos e ter sido o mentor de grupos suporte que foi criando para músicos como Travadinha ou Titina. 
O “Violão” pertencia a todos mas não era de ninguém. Era sim da música que viu nele um precioso veículo para se fazer mostrar de forma humilde a quem passasse os seus ensinamentos. Menos conhecido talvez seja o facto de Armando Tito, ter sido um dos músicos que ensinou as primeiras notas a Katchas – o rei do Funaná.
Dono de uma técnica considerável, os seus solos são expressivamente simples, transmitindo o necessário quando em grupo…ou também passando alegria acrescida quando nos encanta com a a sua característica forma de tocar “com o violão às costas”
Para terminar, impossível não exaltar a referência maior de Tito, quando é chamado pelo mestre Luís Rendall, para o acompanhar no álbum-gravação: Memórias de um Violão
As homenagens a Armando Tito nunca serão demasiadas. Mostremos, pois, o “Violão” que se apaixonou pela música, e que num misto de enorme técnica e de pormenores de alegria mostrada em palco já tem lugar cativo nos grandes da música de Cabo Verde.

Paulo Lobo Linhares