Filibus | 16 outubro | 21h30 | Fórum Municipal Luisa Todi Mario Roncoroni, (IT, 1915, 79’) Elenco Valeria Creti, Giovanni Spano, Mario Mariani, e Filippo Vallino Produção Corona Film Música Gonçalo Simões Acompanhamento musical ao vivo Gonçalo Simões (piano) Josefina Alcaide (violino) e Pedro Carvalho (percussão) Filibus, é um misterioso pirata dos céus e mestre nos disfarces que faz assaltos ousados com o seu dirigível tecnologicamente avançado. Quem é Filibus? Em 1915, o filme anunciava a sua estreia colocando esta intrigante pergunta, indiciando assim a misteriosa personalidade múltipla da sua principal personagem. Mas, curiosamente, a identidade da magnífica actriz italiana que desempenhava o papel de Filibus nunca era revelado. As suas interpretações como Filibus, a Baronesa Troixmond e o travesti Conde de la Brive eram subtis, graciosas, brilhantes e décadas à frente do seu tempo. Ao longo do último meio-século, o papel principal em “Filibus” foi sempre creditado à atriz Cristina Ruspoli; a sua interpretação notavelmente moderna tem sido exaltada em inúmeros livros e artigos. O espectador contemporâneo poderá também questionar-se sobre como esta anti heroína transformista, assinalada por alguns como a primeira lésbica do cinema, conseguiu emergir de uma cinematografia italiana dominada por divas desfalecentes e épicos históricos. O filme é também um precursor dos atuais tecno -thrillers repletos de engenhocas: para os seus vários estratagemas, Filibus emprega não apenas o seu zepelim, mas também um aparelho que designa por heliógrafo, uma pequena câmara, uma mini-arma, muitas drogas soporíferas e ainda impressões digitais falsas. Anteriormente visionado em versões deficientes, com baixa resolução e mal legendado, “Filibus” foi agora brilhantemente restaurado pelo EYE Filmuseum, que consegue aproveitar toda o espantoso potencial do Método Desmet (usado para restauro das cores dos primeiros filmes mudos) a partir das cópias originais em nitrato que tem guardadas no seu arquivo.