A proposta de leitura para a próxima edição da comunidade de leitores Livros no MIRA é a última obra de João Gesta "Uma falha nos dentes" Tal como nas duas edições anterioes, esta sessão vai acontecer na plataforma ZOOM https://us04web.zoom.us/j/72145204862?pwd=c0pOajVGZkcvYW9CcFJrTjZ3WElsdz09 ID da reunião: 721 4520 4862 Senha de acesso: 8aLHgr O AUTOR ESTARÁ PRESENTE NA SESSÃO! Programação de Maria Odete Correia e Lúcia Montenegro Melo SINOPSE DE Valter Hugo Mãe «O que João Gesta escreve é eminentemente resistência, uma natureza avessa, coisa da contracultura que não se apazigua, não se disciplina. O seu efeito não é atinente ao arrumado pelas classificações comuns, sua poética é apoética ou disfarçada de parangona, protesto de parede, boato nada dissimulado. A obra discreta de João Gesta representa um dos casos mais genuínos de coerência na corrosão do politicamente correcto. A ironização profunda da realidade, incluindo-se nas figuras sempre falhas e de que o mundo se faz, o seu tom impiedoso é sobretudo uma forma de terna desconstrução. Seu humor é sem violência, muito ao contrário, aqueles a que alude mais quer dominar sexualmente do que eliminar da face da terra. A sexualidade sinuosa, meio a prometer em cada verso, é fundamental para se entender quanto sua intenção é tanto um modo de desmascarar quanto de sedução e, nesse sentido, verdadeiramente não há opostos, proscritos ou santos. Tudo converge e pode participar, todos convergem e podem participar e ser amados. A mundividência de João Gesta não admite preconceitos como, desde logo, não aceita pudores entre a erudição e a coloquialidade. Da política à música, da espiritualidade à poesia, a vida pousa toda no livro de Gesta sem tretas. Na tradição de O'Neil ou César Monteiro, a espaços, acompanhado por Daniel Maia-Pinto Rodrigues, João Habitualmente, Regina Guimarães ou Nuno Moura. João Gesta é mestre da mais séria cerimónia, a que lida com seus convidados a nu.» Valter Hugo Mãe CRÍTICAS DE IMPRENSA Habituados que estamos a associar a poesia ao Belo, tendemos a esquecer que ela também é o lugar da imperfeição, da rugosidade, do humano, demasiado humano, em suma. Deste pecadilho não pode ser acusada a poesia de João Gesta, agora reunida no novo volume da "elogio da sombra". A "falha nos dentes" a que o título alude é o antipoético que afinal se torna poético. O erro que dá sentido às coisas. Ou, se preferirmos, o profano que abala o sagrado e, deste modo, o faz revigorar-se. Sérgio Almeida, JN