21:30 até às 23:30
32 Sonatas para piano de Beethoven nos tempos históricos - Recital I

32 Sonatas para piano de Beethoven nos tempos históricos - Recital I

5€
25 SET. SEX. 21.30H
32 Sonatas para piano de Beethoven nos tempos históricos - Recital I
Por Tiago Mileu
Música Clássica | PA | 5€ | M/6 anos

O pianista Tiago Mileu irá, ao longo de 2020 e 2021, interpretar ao vivo, no CAE, as 32 sonatas para piano de Beethoven, nos tempos prescritos, historicamente coerentes, em estreia absoluta. 

 RECITAL I

Sonata n°1 em Fá menor, Op.2 n°1 (1793-5)
   • Allegro
   • Adagio
   • Menuetto: Allegretto
   • Prestissimo
 
Sonata n°2 em Lá Maior, Op.2 n°2 (1795) 
   • Allegro vivace
   • Largo appassionato
   • Scherzo: Allegretto
   • Rondo: Grazioso

ACTUALIZAÇÃO COVID-19

É em Portalegre que as 32 sonatas para piano de Beethoven soarão - pela primeira vez desde que há registos sonoros (final do séc. XIX) - nos tempos originais, tocadas nas velocidades prescritas, coerentes historicamente.

Neste ano de 2020, ano Beethoven - ano da pandemia, ano de paragem, reflexão e transição - reestruturei a apresentação da integral das sonatas, segundo uma nova consciência, a fim de dar-lhes o tempo que sempre lhes pertenceu.

A invenção do metrónomo, em 1812, veio permitir, aos compositores, a indicação de velocidades precisas – quando, até então, termos como Adagio, Andante ou Allegro marcavam, susceptíveis a perspectivas diversas, o tempo da música.

A crescente aceleração - produto da industrialização, indicador de modernidade - nos nossos modos de vida, acompanhada pela competividade, continuam a imperar transversalmente, alimentando a ânsia por mais e mais rápido.

Esta sede manifestou-se também na interpretação de música do passado, em prol do exibicionismo, que uma nova consciência enfrenta, no esforço de restaurar o tempo (e expressão) que lhe é devido.
 
Na actualidade, músicos consagrados comparam-se a atletas de alta competição: mecanizam, arduamente, as impressionantes proezas técnicas que são avaliadas em concursos, qual desporto, de um meio que se consome a si mesmo, onde a vaidade turva a beleza: 

Aproximar o íntimo, guiar o ânimo, tocar o âmago – emocionar – não será porventura o que confere imortalidade à música?

Beethoven legou-nos obra, com este espírito, que brama “Liberdade, Igualdade, Fraternidade!”.

É com ele no coração que tocarei a sua música.

Lisboa, 1 de Agosto de 2020

Tiago Mileu

TEXTO ANTIGO:

Em 2020 celebram-se os 250 anos do nascimento de Ludwig van Beethoven [1770-1827], figura ímpar na história da música, génio criador que alcançou a imortalidade através da arte dos sons. Desafiou regras e preceitos, na arte e na vida, sempre no sentido de aproximá-las à (sua) essência humana. 
   
"Escrevo para o futuro" - na sua vasta obra, desenvolveu a linguagem musical, encetou rumos que as gerações posteriores iriam trilhar. Há um "antes" e um "depois" de Beethoven, que testemunha a marca profunda e demonstra a importância do seu legado, suplantando todo o frívolo juízo de que foi alvo. 

A reputação enquanto pianista virtuoso rivalizava a de genial compositor: ao piano - instrumento de natureza polifónica e dinâmica - Beethoven encontrava um modo de exprimir-se directamente. 

Atormentado pela surdez - que começou a manifestar-se aos trinta anos, e, num agravamento galopante, practicamente o ensurdeceu, afastando-o de apresentações públicas enquanto executante - Beethoven encontrou, na missão de criar música, a razão que o impediu de pôr termo à vida.   

A alma criadora exigia mais do que era possível obter nos instrumentos contemporâneos, na obra escrita eram lançadas sementes que germinavam com a evolução da própria construção do piano - crescendo em pujança, âmbito e potencialidades.

As 32 sonatas para piano, escritas ao longo da vida, acompanham todo o percurso criativo de Beethoven - as lutas, anseios, confidências, afectos, esperanças - buscando e descobrindo, incessantemente, novos caminhos. Juntas, formam um monumental ciclo, basilar na história do piano e da música.

"Sigo os meus instintos, não vacilo", palavras da heroína Leonore, que a guiam, no enredo da ópera Fidelio, a alcançar feitos presumivelmente impossíveis. A força da música de Beethoven - exemplo máximo de resiliência e superação humana - suportou-me nos piores momentos, alumiou e avivou-me o ânimo e a esperança.  

Que o impacto dos martelos - regidos pelas teclas - sobre as cordas do piano faça vibrar também os nossos corpos, que a obra de Beethoven se perpetue no nosso espírito, clamando "Liberdade, Igualdade, Fraternidade! " em música.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2019

Tiago Mileu
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