Flâneur: uma cartografia do intangível O ato de caminhar será, porventura, a primeira intervenção humana no território. Através do caminhar podemos olhar, conhecer e transformar a paisagem por meio “da construção de conhecimentos compartilhados” (Careri, 2013). Flâneur: uma cartografia do intangível, é um convite para uma caminhada (que inicia no Laboratório da Paisagem e finda no Largo do Toural) com a qual se pretende desenhar uma cartografia/registo do ambiente geográfico da cidade de Guimarães. Cada caminhante de um grupo de 20 elementos, envolver-se-á, individualmente, numa superfície de papel de cenário que, no final, estará moldada quer pelo corpo, quer pelo desgaste da própria caminhada. Pelo corpo, individual e coletivo (o conjunto que advém do aglomerado de indivíduos), nasce o dispositivo performativo e relacional com o lugar. Propõe-se o mapeamento do percurso, estabelecendo o vínculo entre a paisagem natural, construída e sonora, pela capacidade de transmutação de matéria e de instauração de narrativas. Flâneur, teorizado por Walter Benjamin a partir da poesia de Charles Baudelaire, propõe traçar um percurso que se metamorfoseie pela ação do caminhar, num percurso imaginário, (re)criando a evolução da paisagem urbana, num movimento concêntrico, do exterior da cidade para o seu núcleo histórico. Estaremos, assim, a instigar sensações, renovadas perceções, da dicotomia real/imaginário, material/imaterial, e a enfatizar a relação do espaço de alteridade com o lugar geográfico. A ação compreenderá três momentos: (1) uma caminhada silenciosa - que permite uma consciencialização da paisagem da cidade; ( 2) um desenho cartográfico/performativo dessa caminhada; (3) uma conversa sobre a experiência - as apropriações do lugar e o conjunto de padrões comportamentais na relação este: entrada/saída, cheio/vazio, som/silêncio, inclusão/abandono. A ação pretende produzir, por fim, um conjunto de “cartografias performativas” como resultado da relação entre os caminhantes, a urbe, a consciência paisagística e histórica, despertando, sobretudo e inevitavelmente, para uma memória do lugar. 20 participantes com uma duração de 2h Participação gratuita, inscrição via e-mail walk.lab2pt@gmail.com Biografias resumidas: Gisela Rebelo de Faria nasceu em Braga em 1985. Arquiteta e curadora independente. Desenvolve a sua atividade profissional com foco na arquitetura e urbanismo performativos, através de projetos de cruzamento disciplinar em contexto urbano. Atualmente encontra-se a concluir o mestrado em Arte e Design para Espaço Público na Faculdade de belas Artes da Universidade do Porto com a dissertação intitulada “lugar – cidade – tempo: a performatividade da experiência estética em contexto urbano”. Nuno Aroso nasceu no Porto em 1978. Professor, Investigador e solista de percussão, tocou em estreia absoluta mais de 120 obras, e apresenta-se ao vivo regularmente por todo o mundo. Nuno Aroso é doutorado pela Universidade Católica Portuguesa. Leciona no Departamento de Música da Universidade do Minho e na Escuela Superior de Música de Extremadura – Musikex. Estende a sua atividade docente a outras universidades, conservatórios e festivais de música nos vários continentes.