CICLO ECOS #3 | "Lodo Acusmático" Com Elisa Pône, Rita Barreira e Luis Fernandes 23 de Julho das 16:00 às 20:00 Entrada gratuita [No contexto da pandemia Covid-19, para visitar o espaço o uso de uma máscara sanitária é obrigatório e a admissão está sujeita à capacidade máxima, em conformidade com as regras de higiene e segurança.] Com curadoria de Lise Bardou, ECOS é um ciclo de instalação multimédia que inclui imagens em movimento, som e performance. Dois artistas de cada vez são convidados para relacionar o seu trabalho entre eles e com o espaço da Zaratan, interagindo com os diferentes níveis, com os vários elementos (terra, pedras e poeira) e a materialidade que a sala oferece. Utiliza-se o espaço físico para gerar um efeito tridimensional com as imagens em movimento instaladas e projectadas. ECOS convida um artista-escritor a colocar as suas palavras no espaço e um vídeo-artista ou performer a criar um diálogo entre escritas, imagens, espaço e corpos, explorando estas duas práticas artísticas diferentes através de uma nova encenação, criando uma transição de uma forma de linguagem para outra. Um terceiro artista é convidado para reflectir através do som sobre esse diálogo entre os dois artistas participantes e a construir a sua própria criação áudio, transformando os estímulos visuais em som. espaço. De um registro narrativo e documental à abstracção, o artista de som é convidado para usar as gravações livremente para criar uma peça sonora que será apresentada posteriormente na Zaratan Desde o primeiro dia de instalação até o dia do evento, um terceiro artista é convidado para reflectir através do som sobre esse diálogo entre os dois artistas participantes e a construir a sua própria criação áudio, transformando os estímulos visuais em som. O output desta experiência, além de ser publicado on-line e numa edição física, será apresentado na Zaratan futuramente. Para a terceira edição do ciclo, Ecos convida Elisa Pône, Rita Barreira e Luis Fernandes para criar: "Lodo Acusmático" "Les pieds dans la boue mais la tête à peu près dans la lumière, les hommes imaginent obstinément un flux qui les élèverait sans retour dans l'espace pur. La vie humaine comporte en fait la rage de voir qu’il s’agit d’un mouvement de va et vient de l'ordure à l'idéal et de l'idéal à l’ordure, rage qu'il est facile de passer sur un organe aussi bas qu'un pied." [Georges Bataille, "Le gros orteil", 1929] Levantámos a black box da Zaratan numa configuração acusmática da mesma enquanto Lodo. O Lodo afigura-se numa extrema imobilidade da matéria, num fundo sedimentado e residual oposta ao movimento superficial das águas que facilmente observamos a olho nu. Levantar o Lodo supôs mantermo-nos no fundo e no seu impasse aparente, escutar a sua invisibilidade e trazer a escuta à superfície. Foi nesta arquitectura dupla que resolvemos a nossa experimentação artística, ocupámos a sala subterrânea da Zaratan procurando desestabilizar as texturas e intensidades do seu fundo. Pensámos nos princípios de inversão, equivalências e reversibilidade entre a camada inferior e a superior, activar o sedimento e apresentá-lo enquanto movimento. Criámos situações de explosões pirotécnicas para levantar o lodo e configurá- lo enquanto espaço acusmático. À escuta do que escapa às formas visíveis, pretendemos também confirmar o fundo na sua plasticidade, conectando luz e cor na sua expressão sonora, para a entrega de uma arquitectura relacional entre níveis e texturas. BIOGRAFIAS: ELISA PÔNE (1979- ) é uma artista transdisciplinar. Depois de estudos de arte na França, envolve-se na produção de filmes, música punk noise e fogos de artifício. Interessa-se pelos impactos contraditórios da evolução tecnológica, os objetos ambivalentes e nos efeitos de velocidade do mundo contemporâneo. O seu trabalho é habitado pela percepção sensível do tempo e por inócuos processos de emancipação, enquanto aplicados em contextos inapropriados. A artista vive e trabalha em Lisboa, Portugal. O seu trabalho esta representado pela galeria Michel Rein, Paris e Bruxelas. RITA BARREIRA Fiz a licenciatura em Filosofia (FLUL) e os cursos profissionais em Fotografia (CENJOR) e Curso de Gestão/Produção de Artes do Espectáculo (Forum Dança). Completei o mestrado em Crítica, Teoria e Curadoria da Arte (FBAUL) com a tese « Topografia DIY na Baía de São Francisco (1945-1965): Do Surgimento da Cultura Activista às Práticas Artísticas em Painterland no Vórtice de Jay DeFeo.». Sou doutoranda em Estudos Artísticos na NOVA-FCSH com o projeto “ PIGS: Espaços de Exaustão como Prática Artística no Sul da Europa”. A minha pesquisa foca-se na arte contemporânea e práticas espaciais com uma abordagem interdiscipinar em Estudos Artísticos. Circulo nos tópicos do bem comum, da autonomia na arte, arte pública e cultura independente (DIY e DIT). A partir da qualidade relacional e crítica na produção de espaço, interessa-me pensar as subjectividades dos agentes, objectos e práticas artísticas inscritas nestes processos dinâmicos. Sou investigadora doutoranda no Instituto de História da Arte (IHA- FCSH), membro colaborador no Centro de Investigação de Estudos em Belas Artes (CIEBA-FBAUL) e membro da Plataforma Doutoral no Instituto de História da Arte (IHA- FCSH). Colaboro com artistas e espaços artísticos independentes, com associações culturais e civis. LUIS FERNANDES Artista sonoro lusófono de origem francesa, realizador, músico e arteterapeuta, adora explorar universos transdisciplinares e fundir musicalidades. Da improvisação ao mundo das imagens em movimento, busca em cada um dos seus projectos criativos, tanto na área da video arte e do cinema, como da música, a escuta profunda e a ideia de imprevisibilidade e impermanência dos fenómenos no tempo e no espaço. Licenciado em Psicologia e Master em Cinema Documental já foi premiado na área do cinema documental de autor e possui mais de 20 anos de percurso musical. Fez parte de projectos como; Lupanar, Bicho de 7 Cabeças; Colectivo Improvável; Orquestra de Percussão Tradicional Gigabombos; Cantos do Mar; Lisbon SoundPainting Orchestra e fundador do projecto de música visual CACO e de arte sonora AURA. Cria música para dança e teatro destacando o trabalho com a Ilustradora Margarida Botelho, a Companhia de Dança Amalgama, o Projecto "Compota" da Coreógrafa Paula Pinto, a peça "PRETA" de Giovanni Lourenço e "DEN.TRO" de Maria. [EN] CICLO ECOS #3 | "Acousmatic Mud" by Elisa Pone, Luís Fernandes e Rita Barreira July 23th, 6pm - 8pm Free entry [In the context of the Covid-19 pandemic, to visit the space the use of a sanitary mask is mandatory and admission is subject to maximum capacity, in compliance with hygiene and safety rules] Curated by Lise Bardou, ECOS is a cycle of multimedia installation including moving image, sound and performance. Each time two artists are invited to relate their work among themselves and within the space of Zaratan, playing with the different levels, connecting with the elements (earth, stones, and dust) and the materiality that it offers. The physical space becomes a possibility in which to generate a 3-dimensional effect with the moving images installed and projected. ECOS invite an artist writer to put his/her words in the space and a video artist or performer to create a dialogue between writings, images, space and bodies, exploring this two different artistic practices through a new staging, shifting from one form of language to another. A third artist is invited to reflect, with sound, on the dialogue between the two invited artists and to built his/her own audio creation, allowing visuals to become sound. The output, beside being publi- shed online and in a physical edition, will be presented at Zaratan afterwards in the form of a sound installation. For the third edition of the ciclo, Ecos invite Elisa Pône, Rita Barreira and Luis Fernandes to create: «Acousmatic Mud» "Les pieds dans la boue mais la tête à peu près dans la lumière, les hommes imaginent obstinément un flux qui les élèveraient sans retour dans l’espace pur. La vie humaine comporte en fait la rage de voir qu’il s’agit d’un mouvement de va et vient de l’ordure à l’idéal et de l’idéal à l’ordure, rage qu’il est facile de passer sur un organe aussi bas qu’un pied." [Georges Bataille, "Le gros orteil", 1929] We lifted the Zaratan black box in it´s acousmatic configuration as Mud. Mud appears as extreme immobility of matter, in a sedimented and residual depth opposite to the superficial movement of the waters we can easily see with the naked eye. Lifting the Mud implied that we remained in the bottom and in its apparent stalemate, it was necessary to listen to its invisibility and bring that scouting to the surface. It was in this double architecture that we resolved our artistic experimentation. We occupied the underground room of Zaratan trying to destabilize the textures and intensities of its bottom. We thought about the principles of inversion, equivalences and reversibility between the lower and upper layers of the room, activating the sediment and presenting it as a movement. We created situations of pyrotechnic explosions to lift the mud and configure it as an acoustic space. Listening to what escapes visible forms, we also intended to confirm the depth in its plasticity, connecting light and color in its sonic expression, to deliver a relational architecture between levels and textures. BIOGRAPHY: ELISA PÔNE (1979- ) is a transdisciplinary artist. After art-oriented studies in France, she gets involved in film production, punk noise music and fireworks. She is interested in the contradictory impacts of the technological evolution, ambivalent objects and speed effects of the contemporary world. Her work is haunted by the sensitive perception of time and aimless processes of emancipation, as applied in inappropriate contexts. She lives and works in Lisbon, Portugal. Her work is represented by the gallery Michel Rein Paris and Brussel. RITA BARREIRA. I studied Philosophy (BA), Photography, Art Management and Curatorial Studies (MA). My research focuses on contemporary art and the production of space. I collaborate in and produce art exhibitions, performances and installations in independent art spaces, work studios, domestic and public spaces. Under the cross-field of culture, art history, architecture and urbanism, my work gravitates around the topics of autonomy, public and private spaces, self-organisation, DIY and DIT culture. By addressing the relational and critical approach in the production of space, I am interested in thinking about the formal analysis of the artistic objects and practices inscribed in these processes. Currently, I am a PhD student in Artistic Studies at NOVA FCSH with the doctoral project “PIGS: Art and Spaces of Exception in the South of Europe”. I am a researcher at the Center for Research and Studies in Fine Arts (CIEBA-UL), a member of the doctoral platform of the Art History Institute (IHA) and a collaborator at Forum Dança, an artistic structure directed toward practical-theoretical education and diffusion in performance art. LUIS FERNANDES is a Lusophone sound artist of French origin, filmmaker, musician and cultural mediator, loves to explore transdisciplinary universes and fuse musicalities. From improvisation to the world of moving images, he searches in each of his creative projects, both in the area of video art, cinema, and music, the idea of deep listening, unpredictability and impermanence of the phenomena in time and space. Graduated in Psychology and Master in Documentary Cinema, he has already been awarded with his films and has more than 20 years of musical career. He made part of projects like; Lupanar, Beast of 7 Heads; Improbable Collective; Gigabombos Traditional Percussion Orchestra; Cantos do Mar; Lisbon SoundPainting Orchestra and founder of the visual music project CACO and AU.RA. He also creates music for dance and theater,highlighting works with Illustrator Margarida Botelho, Amalgam Dance Company, "Compota" Project by Choreographer Paula Pinto, "PRETA" from Giovanni Lourenço and "DEN.TRO" from Maria Fonseca.
