O filho-da-puta é um comemorativista, um amante das datas que celebram as mortes, um militante da acumulação do regresso do passado como peso e inércia dramática e kitch, ele grita em surdina para si mesmo “viva a morte”, como o general de Franco, pois cultua as abstracções herói-maníacas, a megalomania e a grandiloquência, sendo admirador da tortura e do castigo, da sevícia. Sim, nele, tudo tem a ver com a morte, como refere Pimenta, com celebrar a morte mas também com flores de plástico. Esta peça é um grito gramaticalmente impecável, rigoroso, pela liberdade livre e contra o preconceito e o amiguismo hipócrita e nepótico que continua a constituir os modos da nossa sociabilidade sempre muito atravessadas de ambições de poder e poderes.
"AQUI JAZ O BEM-AMADO... ONDE AS MINHOCAS O COMEM; FOI HOMEM DALGUM ESTADO MAS PERDEU ESTADO DE HOMEM."
Direcção: Fernando Mora Ramos [Encenação] e Miguel Azguime [Composição Musical] Quarteto de Cordas Vocais: Cibele Maçãs / Fábio Costa / Marta Taveira e Nuno Machado Galeria de Retratos de FDP'S: José Serrão Estátua do FDP: Mariana Sampaio Iluminação: António Anunciação e Lucas Keating Cenografia e Figurinos: Fernando Mora Ramos Produção: Ana Pereira
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