10:00 até às 18:00
Como silenciar uma poeta - Susana Mendes Silva

Como silenciar uma poeta - Susana Mendes Silva

Grátis
   
Susana Mendes Silva
Museu Nacional de Arte Contemporânea
10 de junho a 30 de agosto

A história literária está manchada de silêncios, desde os que se escondem aos que deixam de publicar, passando pelos que nunca chegam a publicar. Por outras palavras, há dois tipos de silêncio: um para o que é dito e o que permanece por dizer, e outro para quem tem direito a falar e quem é forçado a ficar calado. O silêncio é o lugar da morte, do nada. Mas não há silêncio sem fala. Não há silêncio sem o ato de silenciar.

Integrada no projeto As coisas fundadas no silêncio, "Como silenciar uma poeta", exposição inédita de Susana Mendes Silva, parte da apreensão do livro “Decadência” da poeta Judith Teixeira que foi queimado em 1923, no Convento de São Francisco, nas antigas instalações do Governo Civil de Lisboa com entrada pela Rua Capelo, hoje parte integrante do Museu Nacional de Arte Contemporânea. 

O livro tinha sido alvo de uma polémica sobre a (i)moralidade da arte, que envolveu também António Botto e Raul Leal. Ainda assim, Judith Teixeira foi diretora de uma revista, escreveu um manifesto artístico modernista e publicou mais dois livros de poesia. A tensão erótica e a insubmissão femininas inscritas na sua obra, denotam a dimensão da transgressão que protagonizou. Enterrada viva, foi imerecidamente eliminada da memória coletiva e da história literária até recentemente, sem dúvida muito devido ao conteúdo lésbico em vários dos seus poemas, o que faz também da poeta um expoente da literatura lésbica e queer portuguesa.

A artista plástica Susana Mendes Silva desenvolve um projeto expositivo que inclui duas performances — "Tradução #1" e "Tradução #2" — e a leitura performativa da conferência "De mim".

Marta Rema

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Susana Mendes Silva é artista plástica e performer. O seu trabalho integra uma componente de investigação e de prática arquivística, que se traduz em obras cujas referências históricas e políticas se materializam em exposições, ações e performances através dos mais diversos meios de produção. O seu universo contempla e reconfigura contextos sociais diversos sem perder de vista a singularidade do indivíduo. A sua intimidade psicológica ou a sua voz são inúmeras vezes veículos de difusão e receção de mensagens poéticas e políticas que convocam e reativam a memória dos participantes e espetadores. Susana estudou Escultura na FBAUL e frequentou o programa de doutoramento em Artes Visuais (Studio Based Research) no Goldsmiths College, Londres, tendo sido bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. É doutorada em Arte Contemporânea, pelo Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, com a tese baseada na sua prática performativa – A performance enquanto encontro íntimo. É Professora Auxiliar na Universidade de Évora no curso de Arquitetura Paisagista.

"De mim" com Marta Rema - Museu Nacional de Arte Contemporânea
21 de junho, 17:00
Lotação a definir.

"Tradução #1" com Alda Calvo - Faculdade de Belas Artes UL 
Em data e horário a anunciar.
Participação gratuita para maiores de 18 anos sujeita a inscrição.
As inscrições podem ser feitas para o e-mail atelier@efabula.pt.
Lotação a definir.

"Tradução #2" com Patrícia Carmo - Estúdios Victor Córdon
Em data e horário a anunciar.
Participação gratuita para maiores de 18 anos sujeita a inscrição.
As inscrições podem ser feitas para o e-mail atelier@efabula.pt.
Lotação a definir.

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As coisas fundadas no silêncio é um programa com direção artística de Marta Rema e nove atividades a decorrer em Lisboa até ao final de 2020. Organizado pela efabula, tem financiamento da Direção-Geral das Artes. A exposição Como silenciar uma poeta, que o MNAC apresenta, integra essa programação.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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