15:00 até às 19:00
Os Cravos e a Rocha _ documentário de Luísa Sequeira

Os Cravos e a Rocha _ documentário de Luísa Sequeira

25 de Abril de 1974, o iconoclasta cineasta brasileiro Glauber Rocha está em Portugal. Entra no filme coletivo da revolução dos cravos, ”As Armas e o Povo”. Com seu olhar estrangeiro e peculiar, rompe com as regras convencionais do se fazer cinema. 
"Os Cravos e a Rocha” (foi exibido em vários festivais entre eles; Luso Brasileiro, Indielisboa, Kinoforum em São Paulo, NY Portuguese Short Film Festival, Festival do Rio de Janeiro, Festival de Belo Horizonte  e o Córtex, Desobedoc). 
É a primeira vez que este documentário é apresentado on line.

Texto do Jorge Campos sobre "Os Cravos e a Rocha" de Luísa Sequeira

"A sua participação em As Armas e o Povo (1974), um dos filmes míticos da Revolução de Abril feito por um colectivo do qual faziam parte alguns dos mais importantes cineastas portugueses da altura, não foge a esse registo. “Sem linguagem nova não há realidade nova”, dizia Glauber. De certa forma, é disso que trata o documentário de Luísa Sequeira Os Cravos e a Rocha, no qual o vemos em acção, porventura dando corpo àquilo que é a chave do seu universo, revelada em epígrafe: “A Política e a Poesia são demais para um só homem”. Eis, então, Glauber a filmar a Revolução em Lisboa. Em boa companhia. António Escudeiro é o seu director de fotografia. Glauber entra e sai de campo. Faz perguntas. Umas mais previsíveis, outras nem tanto. Mas, em qualquer dos casos, elas obedecem ao intuito de não esconder o dispositivo cinematográfico. Sim, trata-se de um filme. As respostas, por vezes, parecem desajustadas à epopeia. A epopeia, porém, é a expectativa do espectador. Glauber finta o engodo. Não há nada de heróico no testemunho da mulher que não tem opinião, mas tem uma família e faz-lhe confusão a enxurrada de coisas contraditórias que lê. No entanto, Glauber está com a Revolução. Sebastianismo? Talvez. Ele conhece, ama, os mitos portugueses: sobressalto, paixão. E lucidez. Luísa Sequeira desenha depois o seu próprio final. Grândola Vila Morena dá um salto no tempo até 2014. É agora Grândola Vila Moderna. O documentário opera a metamorfose da terra da fraternidade em terra da fragilidade. Mas há o índice de um arco do triunfo. A efígie de Salgueiro Maia. Forte e contingente. Glauberiano. Premonitório?“ 
Jorge Campos / Desobedoc
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