Teatro Municipal do Porto Rivoli Terça-feira, 10 de Março SESSÕES ESPECIAIS – OBRAS-PRIMAS RESTAURADAS 18h45 A SEMENTE DO DIABO Rosemary’s Baby de Roman Polanski com Mia Farrow, John Cassavetes, Ruth Gordon, Sidney Blackmer Estados Unidos, 1968 | M/16 CÓPIA DIGITAL RESTAURADA 'A Semente do Diabo' é a primeira obra de Polanski realizada nos Estados Unidos e uma das obras-primas do cineasta. Recebeu diversos prémios, entre eles o Óscar para Melhor Actriz Secundária, atribuído a Ruth Gordon. Adaptado do romance de terror homónimo de Ira Levin, 'A Semente do Diabo' é uma história sobre o pesadelo, a paranóia, o oculto, a religião. Viria a tornar-se uma das obras mais influentes do cinema americano nos anos 60. Rosemary (interpretada por uma Mia Farrow angelical e frágil) é a portadora da “semente do diabo”, que o marido, Guy (John Cassavetes), vendera em troca do sucesso na carreira. Ambientado num apartamento no famoso edifício Dakota em Nova Iorque, este tornar-se-á fulcral para o desenrolar da história, sublinhando a falta de espaço com que a protagonista se depara à medida que vai perdendo a sua independência (Polanski irá recorrer de novo à exiguidade de um apartamento para exprimir a fobia em O Inquilino, 1976). 21h30 LARANJA MECÂNICA A Clockwork Orange de Stanley Kubrick com Malcolm McDowell, Patrick Magee, Michael Bates, Adrienne Corri Reino Unido, 1971 | M/16 CÓPIA DIGITAL RESTAURADA Adaptado do romance homónimo de Anthony Burgess, 'Laranja Mecânica' é um conto distópico passado num futuro próximo, onde gangues de adolescentes dão largas aos seus instintos e brutalidade desenfreada, ao som de Beethoven e de “Singin’ in the Rain”. Na altura da sua estreia, o filme foi cortado pela censura em vários países, mas com o passar dos anos conquistou um estatuto de culto. É uma parábola política que trata de questões sociais, políticas (o “controlo” dos indivíduos pelo “Governo”) e económicas reais, com imagens típicas da estética dos anos setenta e fabulosas interpretações. Kubrick, a quem Orson Welles chamava “um gigante”, entre os cineastas da geração mais jovem, de quem Martin Scorsese dizia ser “um génio”, com um enorme talento e capacidade para contar histórias, retoma, em Laranja Mecânica, como escreveu Enrico Ghezi, preocupações mais “humanas” (a violência, a liberdade individual), “mostrando-nos todos os modos com que o espectáculo cinematográfico actua: sobre o olho, sobre a orelha”. ('Stanley Kubrick', ed. Il Castoro).