Bodas de Sangue é um dos três espetáculos de Federico García Lorca que António Pires encena na Trilogia Dramática da Terra Espanhola ( e que inclui Yerma* e A Destruição de Sodoma), um ciclo que decorre em Março e Abril, em três palcos diferentes Teatro do Bairro, Teatro São Luiz e Galeria Graça Brandão. Assegurado pelo mesmo elenco, como se de uma única obra se tratasse, constitui um um enorme desafio para os 12 actores que implica dificuldade e resistência, mas que dará ao público uma dimensão da unicidade da obra. Nas suas últimas entrevistas, Lorca mostrava-se absolutamente convicto quanto à necessidade de um regresso à atmosfera trágica mediterrânica no seu projecto dramatúrgico, adiantando ao público os títulos das três obras que o efectivariam: Bodas de Sangue, Yerma e A Destruição de Sodoma. Infelizmente, o poeta não pode levar a sua missão até ao fim. Hoje, as duas primeiras peças da trilogia, Yerma e Bodas de Sangue, figuram entre as obras-primas de García Lorca. A Destruição de Sodoma, por sua vez, resigna-se à incompletude que a limita apenas às suas primeiras linhas, contidas numa página única do manuscrito. Por se tratar de um diálogo coral, a cena inicial de A Destruição de Sodoma, apesar de curta, permite uma considerável aproximação com os coros de As Bodas de Sangue e de Yerma, revelando, em alguma medida, aspetos globais do projeto trágico Lorquiano. Escrita em 1932, Bodas de Sangue estreou-se no ano seguinte em Madrid e Buenos Aires. Baseada em factos reais ocorridos na Andaluzia, a peça fala sobre a vida e a morte, e relata um mundo de paixões que conduzem ao final trágico. Conta a história de uma noiva que está de casamento marcado com um jovem agricultor cuja mãe, com quem vive, tem como presença constante na sua vida a morte. Em pleno casamento, aparece Leonardo, outrora seu noivo mas que entretanto se casou com uma prima sua. Nunca o tendo esquecido, a noiva decide fugir com Leonardo, desencadeando uma série de perseguições pelo deserto espanhol causando uma tragédia nas duas famílias, e trazendo de novo a morte para a vida da Mãe, que perde o seu último filho. No ano em que a companhia do Teatro do Bairro escolheu a Arquitetura como disciplina para estabelecer o diálogo entre o Teatro e as diversas artes, convida os arquitetos João Mendes Ribeiro, que há muito desenvolve um trabalho regular com a companhia, João Nunes e Iñaki, e ainda Manuel Aires Mateus e Sofia Pinto Basto para pensarem os espaços cénicos desta trilogia. Ficha Artística encenação ANTÓNIO PIRES com ALEXANDRA ROSA, CAROLINA CAMPANELA, CAROLINA SERRÃO, FRANCISCO VISTAS, HUGO MESTRE AMARO, JOÃO BARBOSA, JOÃO MARIA, MARINA ALBUQUERQUE, MARIANA BRANCO, SOFIA MARQUES, RAFAEL FONSECA, RITA DURÃO. texto FEDERICO GARCIA LORCA tradução ORLANDO VITORINO e AZINHAL ABELHO (Yerma) LUÍS LIMA BARRETO (A Destruição de Sodoma) CECÍLIA MEIRELES (Bodas de Sangue) música PAULO ABELHO e JOSÉ AVELINO cenografia JOÃO NUNES e IÑAKI ZOILO (Yerma) JOÃO MENDES RIBEIRO (A Destruição de Sodoma) MANUEL AIRES MATEUS e SIA ARQUITECTURA (Bodas de Sangue) figurinos LUÍS MESQUITA desenho de luz RUI SEABRA desenho de som PAULO ABELHO movimento PAULA CARETO caracterização IVAN COLETTI assistente de encenação MIGUEL BARTOLOMEU construção cenário FÁBIO PAULO costureira ROSÁRIO BALBI assistente de figurinos ROBERTA AZEVEDO GOMES ilustração JOANA VILLAVERDE direcção de produção IVAN COLETTI administração de produção ANA BORDALO comunicação MARIA JOÃO MOURA produtor ALEXANDRE OLIVEIRA produção AR DE FILMES/TEATRO DO BAIRRO co-produção SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL, GALERIA GRAÇA BRANDÃO * Na aquisição do bilhete para um dos espetáculos da Trilogia Dramática da Terra Espanhola (Yerma no Teatro do Bairro e Bodas de Sangue no Teatro São Luiz), tem direito a um desconto de 50% noutro espetáculo da Trilogia. (É obrigatória a apresentação do bilhete impresso nas bilheteiras).