Teatro Campo Alegre Quinta-feira, 13 Fev, 21h30 PLAYTIME – VIDA MODERNA, de Jacques Tati (cópia digital restaurada) apresentado pelo Arqº João Rapagão Assinalando a reedição da caixa DVD Obra Integral de Jacques Tati, versões restauradas, vamos (re)ver, no écran do cine-estúdio do Teatro do Campo Alegre, em cópia digital restaurada, a obra maior entre as obras maiores de Jacques Tati: PLAYTIME – VIDA MODERNA (1967). Como dizia Tati em entrevista em Lisboa, ao jornal A Capital (Março, 1968), conduzida por Jorge Silva Melo, Fernando Guerreiro e Eduardo Paiva Raposo, “Tudo o que sei, tudo o que podia e tudo o que sonhava está em Playtime.” O filme será apresentado pelo Arqº João Rapagão. Nessa sessão sortearemos uma caixa DVD com a obra integral, pelos espectadores presentes. Em Abril de 68, Jorge Silva Melo escrevia assim, sobre Playtime, no Tempo e o Modo: “Se soubermos que, em Playtime, o direito à observação é privilégio daqueles que como outsiders são definidos — Hulot e Barbara — e que ele é o jogo ou a livre actividade que se atinge colectivamente em momentos plenos [...] temos que nele, por dois lados, se movimenta o mesmo conceito, essa forma de viver livre que é, segundo Godard, regarder autour de soi e que essa actividade se processa e define simultaneamente dos dois lados da tela. [...] Nós próprios também somos integrados no tempo do jogo. [...] A nossa actividade de espectador alarga-o e transforma-o no filme-total. Assim se coloca o problema da oportunidade desta opção — e aqui se observaria como filmar assim é exigir dos espectadores aquilo que o jogo social anotado em Playtime lhes destrói: o direito de olhar. Fórmula em que se inscrevem outros tantos direitos: o da informação, o da escolha, o do julgamento. Outros tantos direitos que Playtime nos confere ainda. [...] Tati propunha-nos a liberdade, mas só o podia fazer exercendo-a ele próprio, arriscando-a ele próprio. E assim fez este filme impossível […].”