18:30 até às 21:30
J'Accuse, o novo filme de Polanski, Teatro Campo Alegre

J'Accuse, o novo filme de Polanski, Teatro Campo Alegre

J’ACCUSE – O OFICIAL E O ESPIÃO
de Roman Polanski
com Jean Dujardin, Emmanuelle Seigner, Louis Garrel, Mathieu Amalric
França, Itália | 2019 | 2h12 | m/12
Estreia nacional

30 de Janeiro a 5 de Fevereiro
Todos os dias às 18h30 e 21h30 (sábado e domingo também às 15h30)

Grande Prémio do Júri da última edição do festival de Veneza, mais de um milhão e meio de espectadores em França, à cabeça das nomeações para os CESARS (prémios do cinema francês), com 12 nomeações, J'ACCUSE - O OFICIAL E O ESPIÃO, o novo filme de Roman Polanski, estreia no Teatro Campo Alegre
esta quinta-feira, 30 de Janeiro.

«J’Accuse, de Roman Polanski, sobre o “caso Dreyfus”, nome do oficial de artilharia judeu que foi vítima de forjada condenação por passagem de documentos classificados ao inimigo alemão. O “caso” abalou o final o século XIX francês e foi um prenúncio da catástrofe do século XX, o Holocausto. É das grandes experiências cinematográficas do ano: devolve-nos, com as suas discretas explosões e empolgamentos, todo o artesanato de um cineasta, a sua potência e foco narrativos, a sabedoria e a economia de meios com que toma posse do “filme de época”.»
Vasco Câmara, Público

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Temos inquérito, temos sugestão de filme de aventuras, temos até comédia conjugal. São discretas explosões e serenos empolgamentos porque são geridos por um cineasta de 86 anos com uma sabedoria, uma economia e uma precisão cortantes. O Oficial e o Espião é uma das grandes experiências de 2020.

“Para mim, a realização de um filme é o que uma automotora de brincar é para uma criança”. Foi uma das maneiras como Roman Polanski se definiu na sua autobiografia, Roman por Polanski.
Antes de nela evocar o seu nascimento em Paris, em 1933, a fatídica decisão dos pais, judeus, de regressarem à Polónia exactamente no momento em que Hitler e o anti-semitismo incendiavam a Europa (como é que nos filmes do futuro realizador os seres humanos não haveriam de ser marionetas de uma comédia grotesca e absurda?) e a sua infância no gueto de Cracóvia, Polanski iniciava com estas palavras o seu roman: “Tanto quando me consigo lembrar, a linha de demarcação entre a fantasia e a realidade é muito vaga”.
O que é que isto tem a ver com J’Accuse/O Oficial e o Espião, o seu último filme, Prémio do Júri na edição 2019 do Festival de Veneza em que triunfou o Joker, de Todd Philips?
Tem tudo a ver, exactamente como teria a ver com Por Favor não me Morda o Pescoço (1967), A Semente do Diabo (1968), Macbeth (1971, filme pouco visto e que precisa de ser descoberto), O Inquilino (1976) ou A Morte e a Donzela (1994) e com todo o cinema da paranóia, da alienação e do grotesco que é a obra deste consumado artesão e implacável soberano no plateau (testemunham os seus actores e os seus técnicos). É que mesmo nas mais negras das suas histórias, nas mais desesperadas e grotescas, há uma... possibilidade, como uma (a única?) luz: o fabrico dos filmes, a sua experiência como sonho. É uma espécie de felicidade (sim, palavra bizarra para o universo de Polanski...): este esplendor do artesanato. Propaga-se pelo espectador dos melhores filmes de Polanski. Categoria a que passa agora a pertencer O Oficial e o Espião.
Adapta An Officer and a Spy, o livro de Robert Harris, sobre o “caso Dreyfus”, o escândalo político-judicial que dividiu a França na passagem do século XIX para o século XX. J’Accuse foi o título da carta que Emile Zola publicou no jornal L’Aurore em 13 de Janeiro de 1898, dirigindo-se ao presidente da República Francesa, Félix Faure, acusando membros do aparelho militar e do governo de terem sido cúmplices na forjada condenação por traição — por passagem de documentos classificados aos alemães — de um inocente, o oficial de artilharia judeu Alfred Dreyfus. Georges Picquart, novo chefe do serviço de espionagem, e um antissemita, ao chegar às novas  funções e ao deparar-se com as peças falsas do dossier começaria a investigar... É ele (interpretado por Jean Dujardin), e não Dreyfus (Louis Garrel), a personagem principal. O que nos instala, até pela forma como Polanski parece cercar a persona das suas vedetas, num défice de identificação que tem sido o território fértil para o seu cinema.
Temos inquérito, temos sugestão de filme de aventuras, temos até comédia conjugal. São discretas explosões e serenos empolgamentos porque são geridos com uma sabedoria, uma economia e uma precisão cortantes. É assim que Polanski gere a reconstituição de uma época nos cantos de Paris. E o seu cast e os equilíbrios entre actores/personagens principais e cameos (onde vislumbramos Matthieu Amalric, Melvil Poupaud ou Vincent Pérez).
Obra sobre o irreversível desacerto entre os seres, será um dos grandes filmes que veremos em 2020. “I am a man of spectacle”, disse Rajmund Roman Thierry Polanski.
Vasco Câmara, Público
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