A V edição do Ciclo Novos Palcos, uma organização da Baal17 – companhia de Teatro acolhe “O Fascismo dos bons homens”, a partir de “A máquina de fazer espanhóis”, de Valter Hugo Mãe, pelo Trigo Limpo Teatro Acert. “O Fascismo dos Bons Homens” é um espetáculo conduzido por um romance que cruelmente comove, satiriza e, sobretudo, revela o envelhecimento de todos aqueles que, proveitosa e dignamente, não abdicam de nos fazer refletir sobre as suas lembranças que, no final de contas, se mantêm arreigadas no lar “Para Todas as Idades” que habita indiscriminadamente em cada um de nós. Entre o trágico e o cómico, esta aventura de final de vida ganha, em palco, uma dimensão que nos remete novamente para o mundo do “faz de conta”, essa fantástica brincadeira que, em pequenos nos permite “reinar” e, já adultos, nos reaproxima da menoridade. Tudo isto atravessado de poesia. Personificada no Esteves. O Esteves sem metafísica, da Tabacaria de Fernando Pessoa que, a determinada altura, questiona os seus companheiros: - Que me dizem a isto? Digam-me se não é a violência na terceira idade. Isto é violência na terceira idade. Adaptação e encenação Pompeu José Cenografia Zé Tavares e Pompeu José Composição e direção musical Filipe Melo Interpretação António Rebelo, Hugo Gonzalez, João Silva, Pedro Sousa, Pompeu José, Raquel Costa, Sandra Santos Músicos Filipe Melo – piano Miguel Cardoso – contra baixo Luís Henrique – clarinete