Catarina Simão acredita ser urgente o aprofundamento da discussão sobre o passado colonial português e as suas ressonâncias na atualidade, bem como dar visibilidade a artistas mulheres. Assim, esta exposição articula questões e documentos presentes em grande parte das obras da artista a partir da sua mais recente pesquisa sobre o Museu de Nampula, situado no norte de Moçambique, e seu inventário fotográfico da coleção de arte Makond, instalado recentemente num museu alemão. Este material, preterido por apresentar uma nítida influência da arte dos brancos nas esculturas, é o centro de R-Humor, um nome que conecta as palavras rumor e humor ao partir da constatação da artimanha do que pode ou não pode e como pode ser dito. As obras presentes na mostra são compostas por materiais oriundos de arquivos privados e públicos com variados graus de confidencialidade, tais como extratos de informação televisiva propagandística (desde 1930 até 2019) provenientes de Moçambique, Portugal, Alemanha e Estados Unidos. Todas estas informações são organizadas como um grande índex que deve ser descodificado pelos visitantes.
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