23:45 até às 06:00
Valsa De Viana: Jeff Mills x Dexter

Valsa De Viana: Jeff Mills x Dexter

Jeff Mills é uma espécie de Peter Pan do techno. É difícil não ver no seu percurso, algo similar ao do rapaz que nunca envelhece, e vive em busca constante pela Terra do Nunca, arrastando atrás de si meninos e meninas que nele confiam em pleno para que os conduza a essa terra de sonho onde o tempo parou. 

É o próprio Mills, veterano de 3 décadas de criação musical, que confidencia a quem lhe pergunta sobre o futuro, que ainda muito há por fazer, e que o melhor ainda está para vir. É admirável que com o seu estatuto, que para muitos poderia representar uma oportunidade de acomodamento e de viver de créditos passados, prossiga ao invés numa autêntica odisseia de criação artística abrangendo múltiplas disciplinas, a um ritmo absolutamente prodigioso, que seria de esperar muito mais de um jovem com tudo ainda por provar, do que de uma instituição do techno como ele. Como? Porquê? Bem, para Jeff Mills o techno é algo que preenche uma necessidade humana fundamental, de expandir a mente para além dos limites impostos pelo dia a dia. É um veículo no qual nos perdermos. E claramente, a mente de Mills há muito que extravasou o mundano e passou a buscar permanentemente novas formas de conexão com quem o ouve. Formas que vão além da pista de dança, como comprovam as diversas bandas sonoras para clássicos do sci-fi que tem criado, ou os cruzamentos com a música clássica como o engendrado no álbum ‘Planets´, gravado com a Orquestra Sinfónica do Porto. E se calhar é esta tensão e dinâmica permanente no seu trabalho, que mantém cada actuação sua num clube como um evento marcante para quem assiste, para quem vê os seus dedos voarem freneticamente sobre os manípulos da sua fiel TR-909, para quem escuta a malha de sons criada por ele enquanto mistura diversas faixas em simultâneo com um ritmo quase sobre-humano.

Afinal de contas, como conter numa pista de dança, num clube, tamanha profusão de ideias, tamanha urgência em comunicar e elevar a linguagem do techno? Se calhar nunca vamos ter resposta a esta pergunta, se calhar o próprio Jeff Mills entende que é nessa aparente contradição entre o mero entreter de uma multidão, e o avançar de uma forma de arte, que está o combustível das suas incendiárias performances. Espectadores de uma combustão, passageiros em descolagem, acorramos ao Lux para mais um vislumbre da Terra do Nunca.

Bilhetes à venda apenas na noite do evento.
Tickets only available at the door.

Texto: Nuno Mendonça
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