texto e direção Joana Craveiro cocriação e interpretação Daniel Pinto, Miguel Bonneville, Rosinda Costa, Simon Frankel, Tânia Guerreiro, Victor Hugo Pontes movimento e figurinos Ainhoa Vidal imagem João Paulo Serafim desenho de luz João Cachulo produção executiva Rosário Faria coprodução Teatro do Vestido, TNSJ colaboração Câmara Municipal do Porto “Só as casas explicam que exista/ uma palavra como intimidade.” Os versos de Ruy Belo iluminam o desígnio da nova criação do Teatro do Vestido, uma companhia que em 2012 nos levou a palmilhar as ruas da freguesia da Vitória, fazendo-nos descobrir uma cidade que julgávamos conhecer – a nossa. Isso foi em Esta é a Minha Cidade e Eu Quero Viver Nela, espetáculo que conheceu um assinalável êxito e que gerou uma empatia especial com o público da cidade. Agora, em Até comprava o teu amor (mas não sei em que moeda se faz esta transacção), o Teatro do Vestido regressa ao Porto, instalando-nos no interior de uma emblemática casa da cidade – o Palacete Pinto Leite, onde durante três décadas funcionou o Conservatório de Música – para falar sobre as possibilidades e impossibilidades do amor num contexto em que tudo o resto parece faltar. Deslocando-se de divisão em divisão, o espectador imiscui-se na história feita de confissões, memórias, efabulações e perguntas que cada ator corporiza na intimidade de um quarto. Escritos por Joana Craveiro (que também assina a direção do espetáculo), em estreita partilha com os atores, os seis monólogos perfazem um percurso pela casa, mas também uma viagem por esse território ambíguo, cheio de possibilidades, entre a autobiografia e a ficção, no qual o Teatro do Vestido monta o seu afetivo teatro de operações.