19:00 até às 22:00
I-Stock

I-Stock

“I-Stock”

INAUGURAÇÃO | 1 de Novembro 2019, às 19h00
PATENTE | 2 de Novembro - 1 de Dezembro, 2019
INFO | info@zaratan.pt ou (+351) 967580235

“I-Stock” é uma exposição multimédia anónima. Ao propor uma série de pinturas digitas que são de facto reproduções de fotografias comerciais retiradas da Internet, referencia o discurso do status das imagens comerciais nas práticas da arte contemporânea. 

Como a fotografia experimenta uma crise ao definir-se como um meio artístico na era digital, esses processos de apropriação parecem soar mais verdadeiros, mais autênticos, mais relevantes se associados às maneiras como a fotografia funciona no mundo hoje. 

Se considerarmos uma estética que defina a fotografia de stock, a sua natureza arquetípica seria descrita como especificamente comercial, onde a imagem é cuidadosamente composta, artificialmente iluminada, com cores vivas e uma consciência de seu planeamento e resultado orquestrado. Arquivadas em bancos de imagens, são fotografias “prontas para o uso”, sem originalidade e sem personalidade usadas para suprir as necessidades dos trabalhos da área de design, publicidade e propaganda.  É uma fotografia fluída e maleável como um objecto de design gráfico, imediatamente intercambiável a partir de um arquivo de opções semelhantes que podem ser aplicadas a uma infinidade de contextos de acordo com as necessidades. Como a fotografia de stock deve ser vaga o suficiente para se relacionar com diferentes tipos de pontos de venda, a imagem é construída para simbolizar valores universais e posições neutras. Dessa maneira, é uma fotografia inerentemente silenciosa, ininterrupta e deve servir como pano de fundo ou preenchimento. 

Por um lado, a fotografia de stock representa um ponto culminante do que o médium tradicionalmente aspirava a ser uma prática especializada, icónica e produzida de maneira profissional, com atenção cuidadosa à iluminação, exposição e composição. Ao mesmo tempo, é também a morte das suas aspirações como um meio artístico, resultando numa estética de natureza monótona, redundante, sem inspiração e sem hierarquia.

Num certo sentido, o exame da realidade fotográfica proposto em "I-Stock" insinua uma crítica pessimista, embora muito silenciosa, reconhecendo a crise da fotografia, onde o valor estético da imagem é um produto do domínio comercial. Chegamos a um ponto em que a reprodução sem fim do mesmo é tudo o que resta; imitar silenciosamente os seus aspectos visuais. Esta crítica vai além do conceito de espectáculo de Guy Debord, uma teoria social e política que examinou os efeitos de uma sociedade saturada por imagens mediáticas. Tal discurso que segue uma crítica finalmente marxista (e uma potencial emancipação) parece não se aplicar mais neste estágio avançado da nossa sociedade das imagens. 

______________________________________

Com curadoria da Zaratan, a exposição I-Stock constitui o segundo capítulo de um ciclo de experiências estéticas que pretende explorar os limites das instituições artísticas através da promoção de exposições anónimas de artistas conhecidos. Ultrapassando as camadas complexas das autorias, das eponímias e das representações contemporâneas, o anonimato tem o potencial de fortalecer as constelações estéticas e culturais do espectador individual. 


[English Version]

“I-Stock”

OPENING | 1 de Novembro 2019, às 19h00
ON DISPLAY | November 2 - December 1, 2019
INFO | info@zaratan.pt ou (+351) 967580235

“I-Stock” is an anonymous multimedia exhibition. In proposing a series of digital paintings that are in fact reproductions of stock photographs taken from the Internet, it references the discourse of the status of commercial images in contemporary art practices.

As photography experiences a crisis in defining itself as an artistic medium in the digital age, these processes of appropriation seem to sound truer, more authentic, and more relevant if associated with the ways photography works in the world today.

If we are to consider a definitive aesthetic of stock photography, its archetypal photograph would be described as specifically commercial, where the image is carefully composed, artificially lit, with vivid colors and a consciousness of its planning and orchestrated outcome. It is inherently fluid and malleable as an object of graphic design, immediately interchangeable from an archive of similar options that can be applied to a myriad of contexts accordingly. Because stock photography is intended to be vague enough to relate to different kinds of commercial outlets, the image is constructed to symbolize universal values and neutral positions. In this way, stock photography is inherently quiet, un-arresting, and meant to serve as a background or filler. On the one hand, stock photography represents a culmination of what the medium traditionally aspired to be as a specialized practice, one that is iconic and produced in a professional manner, with careful attention to lighting, exposure, and composition. At the same time, it is also the death of its aspirations as a fine art medium, resulting in an aesthetic that is dull, redundant, uninspired, and un-hierarchical in nature. 

In one sense, the examination of stock photography proposed by "I-Stock" insinuate an inherently pessimistic critique, albeit a very silent one at that, recognizing the crisis of photography, where the aesthetic value of the image is a product of the commercial domain.We have reached a point where the endless reproduction of the same is all we have left, and they quietly mimic its visual tropes. Their critique goes beyond Guy Debord’s concept of spectacle, a social and political theory that examined the effects of a society oversaturated in media images. Such a discourse that follows an ultimately Marxist critique (and potential emancipation) seems to no longer apply in this advanced stage of our image-based society. For these projects, it is about the ambivalent space between the viewer recognizing the image’s aesthetic value as a product of a commercial domain and negotiating how this intersects in a highly conceptualized art reception.

______________________________________

Curated by Zaratan, "I-Stock" is the second chapter of a cycle of aesthetic experiments that aims to explore the boundaries of artistic institutions by promoting anonymous exhibitions by well-known artists. Beyond the complex layers of contemporary authorship, eponymia, and representation, anonymity has the potential to strengthen the aesthetic and cultural constellations of the individual viewer.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android