MÚSICA A DOIS Solistas da Metropolitana Quinta-feira, 17 de outubro, 18h30 Sociedade Portuguesa de Autores Desde o século XVII, quando se tornou prática corrente a expressão melódica sustentada por encadeamentos harmónicos, os instrumentos de tecla tornaram-se leais companheiros dos instrumentos com uma só voz, tais como o violino ou o fagote. Com o início do século XIX, a proeminência do piano diluiu esse protagonismo numa relação coloquial em que a música acontece verdadeiramente «a dois». Para isso, muito contribuiu o domínio do teclado por parte de muitos compositores, como aqueles quatro que se reúnem neste programa. A abrir e a fechar, erguem-se dois monumentos do repertório para violino e piano que nos convidam a apreciar as diferenças dos estilos de Beethoven e de Schubert: o primeiro com uma articulação discursiva tendencialmente dramática; o segundo mais lírico e fantasioso. Pelo meio, ouvimos uma obra composta em 1958 por Maria de Lourdes Martins, a figura responsável pela introdução do método de ensino Orff-Schulwerk em Portugal, aluna de figuras tão díspares como Croner de Vasconcellos e Stockhausen, colega de Jorge Peixinho, alguém que sempre buscou uma linguagem própria e encontrou na música de câmara veículo preferencial. Junta-se, ainda, uma sonata para fagote que o francês Camille Saint-Saëns compôs já perto do final da vida, em 1921. PROGRAMA L. v. Beethoven - Sonata para Violino N.º 8, Op. 30/3 Maria de Lourdes Martins - Cromos, Op. 16 C. Saint-Saëns - Sonata para Fagote, Op. 168 F. Schubert - Sonata para Violino e Piano, D. 385 Rafaela Oliveira, fagote Daniela Radu, violino Savka Konjikusic, piano #Entradalivre