No último álbum, "Nothing Is Still", Leon Vynehall imaginou a banda sonora para uma história que escreveu, centrada na emigração dos seus avós de Inglaterra para Nova Iorque, na década de 1960. Mas na cabine a história é a sua, ou antes, ele vai adicionando pontos na sua narrativa enquanto DJ. Desde "Music For The Uninvited" em 2014, na verdade desde "Gold Language" em 2012, Leon tem explorado o ponto de encontro entre a tradição UK Garage, com linhas de baixo bem vivas, e o que se pode chamar de construção House em progresso, a eterna remodelação deste género basilar na música de dança dos últimos 30 anos, informado pelo Funk, Soul e Hip Hop que ouvia a caminho da escola. Isso ajuda a explicar a riqueza harmónica da sua música, o modo como tende a encher o espaço em que é escutada. Ele chega a 2019 em ascensão, uma carreira de pouco mais de meia década mas assente em pontos luminosos da cena editorial contemporânea: 3024, Running Back, Clone, Ninja Tune, por exemplo. Depois, quando mistura uma faixa de piano e batida seca com "I, Zimbra" dos Talking Heads e sai para Disco, aí acabou-se. É o maior. Texto: José Moura
