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SENTIDO FIGURADO

Inauguração | 3 Outubro 
Até 10 Novembro

Sextas | 11, 18 e 25 Outubro; 8 Novembro | 18.30Datas extras 1 Novembro, 18.30 e 2 Novembro, 16.00
VISITAS GUIADAS PELO ARTISTA

Gratuitas, inscrição à chegada [máx.30 pessoas/visita]

Contar uma história nem sempre deve partir do lado literal desse momento que se propõe explicar, mas sim ser uma reflexão pessoal permeada de uma vontade interventiva. Representar, não pelo objetivo simplório de descrever a ação, mas adicionar algo mais. Um acréscimo solene sobre aquilo que nos diferencia dos outros: as nossas memórias.

Carlos Farinha, artista natural de Santarém, faz isso melhor do que ninguém. Considerado um contador de histórias nato, ele cria sobre as suas telas uma panóplia de códigos e simbolismos de teor quase cartoonista, que refletem de intenso modo questões de ordem política e social. Quem se detém sobre o seu trabalho consegue compreender que ali reside uma força vívida de pensamentos, interligados pela sua necessidade de expressar o presente com base no passado.

“Sentido Figurado”, apresentado no Museu do Oriente, é uma ode pessoal à forma como encara o seu trabalho, ou seja, como amplifica o sentido das suas obras a um nível, somente alcançado, através da viagem que nos impõe ao reino destas imagen que cria com base em recordações. Sob a visão de um tímido expressionismo, podemos observar nos dois núcleos desta exposição, “Os Mapas” e “A Ásia”, um conjunto de cenas que se unificam numa só paisagem. Nas dezasseis telas em acrílico, organizadas pela sala de exposição, compreende-se a presença de uma certa nostalgia e sentimentalismo que traçam o mapa personalizado da sua existência.

No primeiro núcleo, “Os Mapas”, somos surpreendidos pelas telas de grandes dimensões criadas a partir do ano de 2008, que representam os lugares nos quais o autor nutre um grande afeto, tais como: “Proença-A-Nova”, a vila portuguesa da qual os seus pais são originários; “31 de Juillet”, representação da viagem de carro que que todos os anos fazia de França para Portugal, enquanto parte integrante de uma família de emigrantes; “Grande Alface”, a cidade de Lisboa na qual vive e trabalha; “Porto Sentido”, uma metrópole pela qual sente muito carinho, tendo sido produzida a partir de um desafio colocado por um amigo; “My Mapa Mundi”, o mundo visto sob o ponto de vista de um português globalizado e contemporâneo. Na segunda parte, “A Ásia”, estão presentes as telas que têm direta correspondência à sua vida passada em Pequim e em Macau, e como tais vivências o influenciaram. Damos o enfoque em obras como “Gourmet Tour”, que corresponde à memória que detém da sua primeira visita a Pequim, “A Cápsula do Tempo”, uma alegoria imagética ao momento em que Portugal foi forçado a renunciar à sua ocupação perpétua em Macau, e “Macau”, um recente quadro elaborado num jogo animado sobre o mapeamento desta região autónoma na Ásia.

Aqui, não se pode afirmar que estamos perante um regresso ao que já foi, mas trata-se sim de um revisitar à base experiencial da criação artística. A conotação poética presente nestas impactantes peças, formuladoras de um reino de Sentido(s) Figurado(s), leva-nos por uma estrada que se autoconstrói em cada pincelada, em cada trejeito pela mão de quem a concebe, ligando cada forma, imagem, detalhe, coloração e sombra, até ao cerne de toda esta rede de expressão: o coração.
Mara Silvério

BIOGRAFIA
Carlos Farinha (Santarém, 1971). Cresceu em França, sendo filho de pais emigrantes portugueses. Atualmente, vive e trabalha em Lisboa.
Frequentou a Escola António Arroio e licenciou-se em Escultura, pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Expõe desde 1990, tendo como principal foco questões políticas e sociais que foram, ou estão a ser, experienciadas por um determinado segmento histórico da sociedade. As referências mitológicas, visuais e espaciais são uma máxima nas suas pinturas, por norma compostas por pequenas figuras que ao se agregarem compõem um grande cenário narrativo, sujeito a uma cuidada interpretação.

www.carlosfarinha.com facebook.com/carlosfarrinha


Fonte: http://www.museudooriente.pt/3668/sentido-figurado.htm
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