Na incerteza da existência de vida em Marte continuamos a privilegiar de uma certa desconfiança. As representações alienígenas como imaginário escapista que nos vai divertindo, o prazer na idealização da transcendência. É daí, dessa fantasia, que vem também música sonhadora, delírios e manifestações criativas. Ímpetos que se vão alimentando do mistério do Espaço. À falta de avanço, de melhores respostas, vamos criando o desejo de que esse dia há-de chegar. O dia em que lhe descobrimos um grande rio, fluente, carregado de dança, com vida nas margens. Enquanto o dia não chega, se há Terraço que nos aproxima dessa ficção, de onde podemos olhar de uma altitude o mais distante possível do terrestre, é o do LuxFrágil. Sonhemos então, em conjunto, ali de cima em Santa Apolónia, que há um vivo rio em Marte. . Rio Em Marte Quinta-feira no Terraço das 18H às 23H Com comida da autoria de Erica Porru Rui Miguel Abreu Como eterno pesquisador em curso, Rui Miguel Abreu é um dos mais activos diggers que conhecemos. Décadas de jornalismo e de coleccionismo que se materializam num alargado espectro de conhecimento musical. A música jazz, ambience e new age passam pelo carácter do seu gosto e assim se especula esta viagem, de direcções próprias e imprevisíveis. . Emauz É na música de dança que Emauz foca a plena manifestação enquanto DJ. No entanto, a Mariana acaba de lançar 'Through', álbum de produção própria onde no centro da hipnose coabitam o techno, o breakbeat e o minimalismo. Um espaço único criado por distâncias entre a fantasia e o real. Também a música envolvente, cerebral, estratosférica pode mover as suas emoções. Ouvir-se-á os discos que normalmente não toca na pista mas que lhe tocam enquanto melómana. . LAmA (aka Shella), um dos membros fundadores dos PAUS, também parte dos Riding Pânico, a solo procura linguagens atmosféricas e experimentais. Mantras assentes em sintetizadores que se vão desdobrando em explorações dentro de si mesmos. 'Sono' ou 'Rubato', lançado recentemente, são obras transformativas em constante movimento. Ao vivo, podemos prever uma sessão livre, longe de formatos estanques, onde nos vamos querer perder.