21:30 até às 23:00
António Zambujo - Do Avesso

António Zambujo - Do Avesso

21h30 | M6 | 20€

António Zambujo permanece como um dos maiores representantes da música, cultura, e língua portuguesas além-fronteiras e continua há anos numa quase ininterrupta digressão internacional. João Gobern, conceituado jornalista e crítico de música português escreveu recentemente sobre o percurso único do músico e o seu mais recente disco, “Do Avesso”.«Há o direito e o avesso. A cara e a coroa. O Yin e o Yang. Depois, felizmente para nós todos, há aqueles que, por talento e convicção, por mérito e trabalho, nos vão demonstrando que o mundo não avança a preto e branco mas a muitas cores, múltiplos tons e diferentes matizes, e que as pontes e as sínteses são possíveis e recomendáveis.(...) O resto é aquilo que já sabemos e que esta caminhada singular nos vem permitindo fixar: que António Zambujo nasceu em Beja, Alentejo, a 19 de Setembro de 1975.
 Estreou-se nos discos em 2002 e começou uma impressionante série de prémios e outras distinções, com natural destaque para a comenda da Ordem do Infante D. Henrique, que lhe é entregue pelo Presidente da República (em 2015). Vai-se evidenciando a sua tendência, natural e não estratégica, para não escolher uma “via única” (nem rápida) nas suas abordagens musicais: se regista em disco o convite a um grupo (Angelite) de Vozes Búlgaras, nunca disfarça uma pulsão pela música do Brasil. A sua voz leva mesmo a uma declaração enlevada de Caetano Veloso: “Quero ouvir mais, mais vezes, mais fundo (...) É de arrepiar e fazer chorar”. Com as edições internacionais dos seus álbuns, vai marcando pontos no riquíssimo e infinito universo da world music, um cadinho em que se privilegia o direito à diferença, mas nunca se afasta verdadeiramente do planeta Portugal, em que –como vimos –não estabelece nem pratica distinções académicas de género.
 O carinho do público e o reconhecimento da crítica vão crescendo, sem pressas mas com a cadência desejada pelo próprio cantor, que se desdobra em concertos e festivais, em Portugal e um pouco por toda a parte, com destaque para o Brasil, mas em destinos tão aparentemente improváveis como a Dinamarca, a Noruega, o Azerbeijão, Israel ou a Bulgária. Esta internacionalização justifica outros sabores para a rica “ementa” de António Zambujo –e aí fica, como paradigma, a nomeação do disco Até Pensei Que Fosse Minha para o Grammy Latino, em 2017, na categoria de Melhor Disco de MPB.O cancioneiro multifacetado, estimulante, tão tranquilo na forma como inquieto no conteúdo, de António Zambujo ganha um novo capítulo que, insiste-se, não precisa de rasgar para inovar, seguindo à risca as pulsões de um intérprete e autor que, a cada etapa, se tem valorizado –talvez por não se deixar prender demasiado a raízes óbvias mas limitadoras do talento e da vontade, e procurar, ao invés, dar sempre frutos sumarentos e de travo inesperado. É o oitavo disco de estúdio que o artista publica e, sabendo que o oito é o número da sorte para os chineses, fica claro que, neste particular, a “sorte grande” ganha contornos muito mais globais, porque nos toca a todos. Mais: numa época em que aprendemos a estimar e defender os nossos direitos, ganhamos outro objetivo –fazer finca-pé pelo nosso direito ao (Do)Avesso.»
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