Cossoul Rua Nova da Piedade, n.º 66 1200-299 - Lisboa
vários horários
A exposição A Descida ao Maelstrom de Alexandre Alagôa, desconstrução do seu filme de 2017, o já familiar Vortex, cuja influência do experimentalismo estrutural dos anos 60 e 70 é óbvia, sendo agora repensado enquanto instalação audiovisual. Alagôa amplia a claustrofobia de um hall de entrada de um apartamento por via da constante sucessão de jogos de molduras dentro de molduras, janelas dentro de janelas - desde os espelhos, ecrãs e portas que delimitam o corredor; à obsessão infinita dos frames que compõem todo o filme, paralela às abordagens dos japoneses Toshio Matsumoto e Takashi Ito; bem como às várias televisões que se repetem ao longo da sala de exposição numa atmosfera “June Paikiana”. Este esgotamento incessante leva-nos a um estado completo de entropia - um espaço-tempo que se consome a si mesmo: o corredor dentro do corredor, o filme dentro do filme. A experiência desvenda-se numa trip alucinante que impacta inevitavelmente o nosso organismo perceptivo, simultaneamente esgotante e estimulante, dolorosa e envolvente, é esse o ritual de Alagôa. À semelhança das sensações agoniantes do abismo infernal relatadas pelo pescador da obra de Poe, a galeria da Cossoul torna-se agora ela também um vórtice vertiginoso que nos engole e aprisiona numa queda infinita por esta 'mise en abyme': é a clausura pura no mundo imagem, é a Descida ao Maelstrom.
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