É tudo sobre música. Uma construção de experiências, frustrações, terapias e viagens por trilhos desconhecidos. Miguel Leitão e Tomás Pedroso partilham, no saxofone e na guitarra, o que não verbalizam. São ambos "netos" do Rock, mas seria redutor delimitá-los a esse espectro musical. Miguel tem contacto com as pautas do Clássico desde a infância, mas é nas tardes passadas a tocar com o seu professor que descobre o fascínio pela música. Sem regras, sem limites musicais. Tomás Pedroso começou a interessar-se pela guitarra aos 11 anos, depois de horas passadas a ouvir os álbuns de rock que os pais tinham guardados em casa. Mais tarde vê-se influenciado por outros guitarristas e seus professores, como Jorge Loura e Peixe. Conhecem-se nos "Síndrome", em 2012, e desde essa data têm vindo a explorar várias identidades e estilos. Miguel passou por diversos projectos, como "Moonshiners", ou "Trip", e integra hoje "Freddy Strings & The Groovefellas", assim como "Joker & The Clowns", onde também partilha o palco com Tomás Pedroso. "Sobravivência", de Fevereiro de 2019, é o disco de estreia do projecto em nome próprio. Uma viagem pela intimidade de Miguel Leitão, uma confluência de identidades e estilos que vão beber tanto a Kamasi Washigton, como a Terrance Martin ou Morphine. Uma procura por partilhar com o mundo sentimentos, paixões, infortúnios, conquistas e preocupações sociais. Ou simplesmente uma forma de desabafar. A inquietação é a origem. Pensamento borbulhante. O caminho do viajante. Uma viagem de carro no deserto. Um pôr do sol na brisa da Beira-Mar. Dar a volta: ao disco, à vida, ao mundo. Sem rumo? Talvez, propositadamente, à deriva.
