Solário

Anunciação revelatória. Recorremos-lhe. Talvez porque o Sol é o nosso eterno guia, é o primeiro dos astros na definição da nossa personalidade. Aquilo que somos, porque por ele a vida é gerada. E por ser tão indispensável, o Sol é igualmente o símbolo da totalidade e do ego. Como a lição de Ícaro, um brilhantismo que queremos possuir mas não podemos alcançar. Olhar o Sol é assim fundamental para nos guiarmos e situarmos, mas é também perigoso, pois se olhado directamente, pode cegar. Uma luz intensa que tanto é geradora de vida, mas também letal, se a quisermos confrontar ou tocar.
A dimensão do Dia abarca assim um exercício. Equilibrar o que é claro, nítido, honesto e ordenado, mas que procurando brilho e luz em demasia dessa regra, pode acabar por nos bloquear e cegar. Onde há luz, há sombra, e há dias mais luminosos do que outros. 

(Luísa Montanha e Vale, in Almanaque)

Lutamos pela Luz. Diante do rio, comemos e bebemos enquanto o Sol nos queima a pele.
Neste segundo encontro, uma viagem entre continentes com o tropicalismo distópico dos Gala Drop. Nos discos comigo estará Mirror People, alter-ego disco-not-disco de Rui Maia. 

O Solário acontece a 27 de Junho, a partir das 18:00 no terraço. 
Estamos vivos e dançamos. Porque não a uma Quinta-Feira?

(Pedro Ramos)

Pintura de Eugénia Mussa

*evento sujeito à lotação da sala