Os sítios onde habitualmente passamos com indiferença são aqueles que mais atraem e fascinam António da Cruz Rodrigues. Porque são esses lugares, que comumente cruzamos com indiferença, que lhe permitem revelar, através da imagem captada, um mundo que precedentemente não existia. Como nos explica o artista, “A diferença está no modo como me aproprio do "sítio", no modo como tomo posse daquele espaço e na forma como o tento compreender, procurando conhecê-lo e nunca o dominando. Este processo só é possível quando visitamos um espaço inúmeras vezes e o namoramos sem a sua autorização, confinando-o a um olhar também sem o seu consentimento. Como se dissesse "este espaço é meu", fazendo saber este facto através da imagem fotográfica que exponho. Podemos ser todos donos, em comunidade, do mesmo espaço material, mas donos exclusivos de um modo singular de o ver.”
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