Corpos Dissidentes |Cidades Rebeldes Encontro artes, ativismos e antropologias 31 Maio - 1 Junho 2019 Lisboa (Programa completo confira aqui: http://www.buala.org/pt/corpo/corpos-dissidentes-cidades-rebeldes) Num momento intenso e tenso em que politicamente o planeta parece estar a ser sujeito a um viés populista, conservador e até fascizante, emergem, re-existem e resistem formas de contestação resiliente ou de protesto e empoderamento de sujeitos e de subjetividades consideradas dissidentes e marginais. Algumas destas formas de confronto estão sujeitas a processos de criminalização crescentes ou a censuras violentas, outras são absorvidas pelos efeitos de mercadorização e de apropriação cultural, outras ainda sobrevivem subterraneamente em zonas autónomas temporárias. Estas formas de confrontação, mas também de encontro, se dão sobretudo em cidades. E aqui, procuramos também recuperar o sentido da ágora, espaço de discussão e decisão sobre as coisas que dizem respeito à vida na cidade. Este encontro quer-se feito de cruzamento e propõe-se ser também uma assembleia de afetos, de performances e de posicionamentos. Acreditamos que é sobretudo através das corporalidades e nos corpos que se manifestam potências criativas dissidentes e gestos rebeldes capazes de resistir. Acreditamos também que este confronto se faz explicitamente nas ruas, nas tensões e nas disputas em espaço público, mas também no modo como as cidades contemporâneas se habitam e ocupam e se constroem assim através de uma certa rebeldia criativa. Explorar e discutir as dimensões intersecionais (racialidade, classe, género, mobilidade) que se exprimem nestes fenómenos são fortemente acolhidas neste encontro, assim como a sua contextualização em processos pós-coloniais e decoloniais. Procuramos explorar linhas de reflexão sobre estes tópicos num formato de discussão seminal, mas também experimentar linguagens performativas de resistência e dialogar a partir de posicionamentos e de lugares de fala concretos. Desejamos que o encontro se faça de cruzamentos férteis entre antropologia(s), práticas artísticas e ativismo político, potenciando redes e diálogos que fertilizem territórios de emancipação e de luta e que tornem as cidades que habitamos em cidades mais inclusivas. O formato do encontro ocorre em espaços na área metropolitana de Lisboa, em territórios mais periféricos, em espaços menos convencionais e menos académicos e onde as sessões possam ser organizadas num ambiente de misto de conversas e debates, visionamento e discussão em torno de ensaios visuais e curtas, e discussão sobre performances e instalações em espaço público. Uma Biblioteca Municipal (de Marvila). Uma associação de imigrantes (Aguinenso em Chelas). Uma casa regional (A Casa de Castro D’Aire, no Braço de Prata). E envolvendo ainda agentes locais. Consideramos também que a rua, e o espaço público por consequência, são uma extensão óbvia deste encontro. Ali poderão ocorrer outros encontros. Menos previstos, menos previsíveis. Feitos de acasos e de múltiplas instigações. No evento vários serão os formatos de apresentação: performances e instalações em espaço público; seminários; oficinas e exibição de ensaios visuais. Acresce que todos estes formatos se destinam a ser publicados online em plataforma digital criada para o evento e juntamente com um conjunto de artigos sobre a temática do encontro. Uma organização de: Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) Apoios: CIES-IUL | Instituto Brasil Plural | Prince Claus Fund | Biblioteca Municipal de Marvila | Casa do Concelho de Castro Daire | Associação Aguinenso – Associação de Solidariedade Social | Sirigaita | Mulheres Sem Fronteiras/Rotas Mulheres na DiverCidade | Laboratório de Audiovisuais do CRIA | Red de investigación de y desde los cuerpos | Buala | Fruta Feia Equipe organizadora: Amaya Sumpsi, André Soares, Angela Montalvo Chaves, Francesca de Luca, Filipe Reis, Emiliano Dantas, Herberto Smith, Joacine Katar Moreira, Junior Abalos, Otávio Raposo, Paula Barreto, Paulo Raposo, Rodrigo Lacerda, Scott Head, Teresa Fradique
