Primero G . Nervoso

Sexta 19 de Abril || 23h às 4h || Entrada livre
PRIMERO G
Está patente no nome. Não o único, mas definitivamente um dos primeiros a espalhar a doutrina rap em crioulo, ao mesmo tempo que em que a consciência do rap tuga começava a tomar forma - estamos em 1993. Pioneiro ao lado de resistentes como Nigga Poison, com a crew clássica dos TWA, marcava no uso do crioulo o orgulho na herança cabo-verdiana - país de onde saiu com um ano de idade antes para se realojar na periferia lisboeta - abrindo caminho a uma expressão cada vez mais premente e vital no rap em Portugal através de nomes como Landim, Loreta ou Juana Na Rap. Tudo muito honesto, na palavra que se espalha pelos bairros, bem colado à realidade, com linhas de consciência social e humana, o pesar de anos de injustiça e opressão e aquela esperança em fundo. Luta a caminhar para as três décadas, tanto na palavra como na produção - dualidade não tão habitual quanto isso por estes lados - e que desde os tempos dos TWA - com o clássico 'Miraflor' de 2002 a deixar registo - passando pelo álbum 'Tempo de Reconstrusom' de 2009 ou a fundação da crew GangstasAfriFamília aka GAF contínua imperturbável e com a mesma resiliência de sempre. Exemplo notável.

Nervoso
Outro pioneiro. Visionário da batida que tomou para si esse nome, pelos outros, à falta de catalogação precisa para essa conflagração de ritmos e harmonias do kuduro, tarraxo ou funaná com as pistas mais vitais da afrohouse, do techno, das danças mais periféricas. Algo que vive agora e sempre com uma urgência assinalável e que tem sido disseminado maioritariamente pelos esforços louváveis da Príncipe. Senhor de uma energia contagiante que irradia, é com o maior orgulho e felicidade que recebemos novamente nas DAMAS este verdadeiro com o seu estilo directo, cru e infeccioso. Imparável na sua demanda pela dança naquilo que esta tem de mais libertador, enérgico e continuamente mutável. A fazer fogo na pista, portanto.