ANTESTREIA PARA O PÚBLICO - Sessão com convidados TOUCH ME NOT - NÃO ME TOQUES, de Adina Pintilie Urso de Ouro no Festival de Berlim - 2018 Fora de Competição - Leffest'18 Conversa com Manuela Correia (psiquiatra, psicoterapeuta) e Gabriela Moita (Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta e Psicodramatista (m/16) Sábado, 13 de Abril Cinema Monumental 21h30 Urso de Ouro – Festival de Berlim de 2018 Fora de Competição – Lisbon & Sintra Film Festival 2018 Sinopse Na fronteira entre realidade e ficção, a primeira longa-metragem de Adina Pintilie interroga o modo como a intimidade se pode encontrar da forma mais inesperada, libertando-se de padrões, mecanismos de defesa e tabus. Um processo de auto-descoberta, auto-reflexivo e íntimo, sobre como amar o outro e a nós próprios. “Um filme de uma rara singularidade que encara o cinema como ferramenta de terapia da realizadora, dos actores-personagens e dos espectadores, visando a sua afirmação e o apaziguamento da relação com o outro. “ Les Inrockuptibles “Uma aprofundada celebração da sexualidade.” Sight & Sound “Inclassificável e radicalmente humano.” Indiewire “Uma viagem de auto-descoberta.” Kino Zeit Os nossos corpos examinados A primeira longa-metragem de Adina Pintilie é um documentário-ensaio movido pela intuição, pela emoção e pelo questionamento filosófico, mais do que por um enredo, que explora o significado – o sentimento, a importância – de habitar um corpo. Pode-se dizer que é um filme sobre a mentira, para lá do âmbito da imagem e da palavra. É uma meditação cerebral e necessária sobre a natureza da corporalidade. O resultado é uma experiência curiosamente intensa, estranhamente tranquila, por vezes difícil de ver e, de seguida, difícil de esquecer. A atenção alterna entre várias personagens diferentes, dois dos quais podem ser considerados protagonistas: Laura ([a actriz] Laura Benson), uma mulher em aparente confronto com a solidão e uma alienação erótica; e Tómas (Tómas Lemarquis), um jovem cuja doença é, talvez, uma espécie de alopécia que deixou o seu corpo sem pêlos. […] Touch Me Not, vencedor do maior prémio do último Festival de Berlim, examina os enigmas e os paradoxos do prazer sexual, através de uma análise séria, mais que hedonismo. Apesar de Pintilie mostrar muito – corpos nus em isolamento árido, contra fundos austeros, e numa combinação voluta durante uma visita a um clube de sexo – ela entra em confronto com as implicações do seu próprio progresso voyeurístico e explorativo. O título do filme evoca a admonição de Jesus a Maria Madalena após a sua ressurreição, palavras muitas vezes usadas para enunciar a distinção radical entre corpo e alma. […] A fronteira pode ser difícil de localizar, até porque o corpo humano é um fenómeno paradoxal em si mesmo. Viver dentro de um é uma condição universal, mas também uma condição que é reconhecidamente difícil de conceptualizar e comunicar. Não se trata apenas de não conseguirmos compreender verdadeiramente a sensação da existência corpórea do outro. Mas sim, também, de nos podemos sentir estranhos na nossa própria carne. Touch Me Not possibilita a imersão nessa estranheza e convida à contemplação de algumas das várias diferenças físicas. […] Tenta também, vivamente, questionar as limitações do seu próprio meio, quebrar ou, pelo menos, protestar contra a fronteira impenetrável estabelecida pelo próprio ecrã. Podemos ver, ouvir, reagir e pensar, mas não podemos tocar. [Crítica do filme por A.O. Scott, publicada no The New York Times, 9 de Janeiro de 2019.] Nas palavras de Adina Pintilie: “Touch Me Not procura ser um espaço para a (auto)reflexão e transformação, onde o espectador é desafiado a aprofundar o seu conhecimento da natureza humana, e a re-avaliar a sua experiência e ideias acerca da intimidade, com particular foco na desobjectificação e personalização dos relacionamentos, estimulando a nossa curiosidade sobra a diferença do Outro, e a nossa capacidade empática de nos colocarmos na pele desse Outro.” (No Domingo, 14 de Abril, às 18h00, será também exibida a curta-metragem Don’t Get Me Wrong (2007), de Adina Pintilie, seguida da projecção do filme Lilith (1964) de Robert Rossen, e de uma conversa com Joana Amaral Dias. http://medeiafilmes.com/filmes/ver/filme/nao-me-toques/modo/proximasestreias/