No início dos anos 80 assistimos a um movimento musical de vanguarda que expandiu as premissas lançadas pela música Industrial e incorporou elementos meditativos, o ocultismo e a experimentação sonora, num crescente fascínio pelas afinidades entre a música étnica, tribal e a eletrónica. De entre esse grupo de vanguardistas (onde se incluem entre outros os Coil, Hafler Trio e Zoviet:France), emergiram os O Yuki Conjugate, banda formada em Nottingham em 1982 por Andrew Hulme e Roger Horberry, que fieis à definição de “música ambiente” de Brian Eno, desconstruíram convenções musicais, exploraram novas possibilidades, reinventando consistentemente novas sonoridades, que embora distantes das tendências predominantes da música popular, conquistaram uma dimensão de culto e um lugar muito específico na história da música. Os O Yuki Conjugate regressaram às edições com o álbum “Tropic” e viram recentemente os seus discos mais icónicos e visionários serem objeto de reedições, através de editoras como a Vinyl-On-Demand e a Emotional Rescue, facto que os encorajou a um retorno aos palcos. Para esta série de concertos, desenvolveram um novo espetáculo, que apresentarão na sua estreia em Portugal, a provar que continuam a oferecer perspetivas musicais inovadoras. Para os ouvintes entusiastas e determinados, será uma viagem musical a não perder, depois de um longa espera, incomum para uma banda pioneira. www.oyukiconjugate.com | https://oyukiconjugate.bandcamp.com Falar do André Gonçalves e por inerência do seu trabalho é dar expressão à vida. A relação que estabelece com a natureza e o não percepcíonável é de uma sinceridade assombrosa. É acrescentar uma outra dimensão que carece de justificação. A existência através do sentir, uma ordem de entendimento mais vasto, construída sobre relações invisíveis que se vão estabelecendo entre os diferentes elementos, mas que nem por isso deixam de ser palpáveis. Desde o concerto na edição de 2012 do Festival Rescaldo, ainda como Feltro, até ao mais recente exercício apresentado no âmbito dos JARDINS EFÉMEROS (2018) com Casper Clausen, o André convoca-nos para um epicentro - o epicentro do eu. Longe de se construir exercício autista é convite para um auto conhecimento em partilha. A praça D. Duarte (Viseu) em plena noite de Verão e um convite para escuta colectiva. Ouvir, ouvir o silêncio e o que nele podemos descobrir. No meio de uma multidão nós e a consciência construída. Na penumbra, como quase sempre, seja na ZDB ou no Teatro Maria Matos, a proximidade. Sentados no chão, em mantas dispostas no palco, em frente a uma plateia anormalmente vazia, a jogar com os papéis previamente estabelecidos - que parte de autor temos enquanto espectadores? Sentados no chão, em pleno Alentejo (Crato - Waking Life 2017), nos levantamos e imunes à massa sonora circundante somos capazes de flutuar. E se julgamos que o seu trabalho na Addac System, na concepção e fabrico de sintetizadores modulares o afastaria desta dimensão humana é por não conhecermos na plenitude o que anda a engendrar. A aplicação Música Eterna concebida pelo André, confirma, mais uma vez e como houvesse necessidade, a crença em valores essenciais e absolutos como a partilha. Se por acaso não o virem durante o concerto, não se assustem. O André estará sempre lá. Às vezes não é preciso ver. www.andregoncalves.info | www.addacsystem.com | https://soundcloud.com/shhpuma-records/andre-goncalves-currents-riptides | www.youtube.com/watch?v=OmDK-zU7QBw Reservas | geral@narizentupido.com Bilhetes | 08 Euros Co- organização | Nariz Entupido / Materia Prima. Concerto no Porto: O Yuki Conjugate / Understage | Teatro Municipal do Porto - Rivoli . Campo Alegre | 05 de Abril | 23 horas
