19:00 até às 23:00
Sessões Especiais no Rivoli :: Pina Bausch e Marcel Proust

Sessões Especiais no Rivoli :: Pina Bausch e Marcel Proust

3€
Sessões Especiais no Rivoli | PINA BAUSCH e MARCEL PROUST
19 de Março
Teatro Municipal Rivoli - Campo Alegre
 
19h00
PINA BAUSCH — LISSABON WUPPERTAL LISBOA, de Fernando Lopes
Projecção seguida de conversa com o bailarino e coreógrafo Miguel Pereira
 
21h30
O TEMPO REENCONTRADO, de Raúl Ruiz
Cópia digital restaurada
 
Bilhetes: 3 euros
 
PINA BAUSCH — LISSABON WUPPERTAL LISBOA, de Fernando Lopes
Pt, 1998, 35’
M/12
 
Lisboa, cidade aberta, luminosa e quente, recebe Pina Bausch e a sua Companhia, o Tanztheater Wuppertal. Vêm para uma residência de três semanas, respondendo ao convite do Festival dos 100 Dias: a criação de “Ein Neues Stück von Pina Bausch”. Chegam de olhos e ouvidos bem abertos, de veias bem temperadas, atentíssimos aos sinais, às cintilações, aos sons, aos perfumes e às emoções que a cidade lhes for sugerindo. Depois, com as evocações especiais das suas próprias vidas, agora entretecidas pela aragem de Lisboa, acontecerá a tal hora muito rara em que tudo isto e tudo o resto, pela batuta misteriosa do génio de Pina Bausch, ganhará um corpo próprio, uma nova alma. Essa terá por nome: “uma nova peça de Pina Bausch”. Ou outra coisa ainda. E essa é que será linda: “Masurca Fogo”.
Fernando Lopes, realizador
 
 
O TEMPO REENCONTRADO, de Raúl Ruiz
Fr, It, Pt, 1999, 169’
M/12
 
Durante muitos anos considerado um empreendimento impossível de levar a cabo, Raúl Ruiz adaptou, com sucesso, a sétima e última parte de "À Procura do Tempo Perdido", a obra-prima de Marcel Proust.
Com um elenco de grandes actores, que inclui Catherine Deneuve, Emmanuelle Béart, John Malkovich, Chiara Mastroianni, Edith Scob, Vincent Perez, Arielle Dombasle, Elza Sylberstein, entre muitos outros, e produção de Paulo Branco, em "O Tempo Reencontrado" Ruiz filma com agilidade narrativa o “carácter inexorável do tempo” do romance de Proust, numa “sentida homenagem”, como escreveu à altura João Lopes, à sua escrita.
O filme, seleccionado para o festival de Cannes, em Competição, faz agora 20 anos e vamos poder revê-lo nesta sessão única numa nova cópia digital restaurada.
 
— Como descobriu a obra de Proust ?
— Li-o pela primeira vez em espanhol, quando ainda vivia no Chile. É sem dúvida mais fácil para um estrangeiro ter a ambição de adaptar um monumento literário com esta dimensão. E as traduções de “Em Busca do Tempo Perdido”, que li depois em francês, mas também em italiano e em português são, de igual modo, empresas apaixonantes. Assim que o li, quis adaptar a obra de Proust, mas como este projecto foi durante muito tempo difícil de concretizar por razões financeiras, resolvi então meter o Proust em todos os meus filmes.
Raúl Ruiz em entrevista a Jean-Michel Frodon (Le Monde)
 
O impossível não é ruiziano. Depois dos projectos abortados de Visconti e de Losey, depois do best-of risível de “Um Amor de Swann”, de Volker Schlöndorff, o projecto de Raúl Ruiz de se atirar a Marcel Proust era aguardado com circunspecção. As pessoas esqueciam-se que Ruiz não estivera à espera de fazer “O Tempo Reencontrado” para ser um autêntico cineasta proustiano. Entre o seu gosto firmado pelas “histórias imortais” e os eternos retornos, o seu trabalho sobre os arcanos da memória e a sua ciência de ilusionista, que ama acima de tudo os dispositivos alternadamente repetitivos e lacunares, tudo predisponha a que nos propusesse a sua visão de “À Procura do Tempo Perdido”. Ruiz não ilustrou Proust, leu-o, entre o respeito e a gulodice. Ao apoiar-se no argumento rigoroso e inventivo de Gilles Taurand, Ruiz optou por um tratamento polifónico que respeita o lado solto e inesgotável da obra original. Segundo a famosa frase que diz que podemos reler Proust até ao infinito porque nunca passamos dos mesmos extractos, Ruiz concebeu o seu filme como um rico folheado de imagens e de personagens, de objectos e de sons, que desaparecem para voltarem ainda melhores, sob novas formas, mas finalmente reconhecíveis. Cada plano contém uma multitude de signos e de sinais, em primeiro e segundo-plano, que permitem ligar de uns para os outros as diferentes personagens, tempos e lugares.
Frédéric Bonnaud, Les Inrockuptibles
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