Entrada: 8€ | Bilhetes disponíveis na Flur Discos, Tabacaria Martins e ZDB (segunda a sábado 22h-02h) | reservas@zedosbois.org — CAVE Exploração sónica sem limites. Na corrida dos Cave, o passo é krautrock expansivo e infinito. Nasceram em Columbia, Missouri em 2006, mas estabeleceram-se na imponente cidade de Chicago para cimentar o som na movida urbana, embora Psychic Summer (2009) navegue em direcção a uma praia do Pacífico e Hunt Like Devil/Jamz (2008) corra gritante e desalmado por um prado verdejante em plena Primavera. Nesta década e meia, os Cave romperam barreiras rígidas do jazz fusão, encostaram o kraut pragmático à euforia electrónica e mostraram-nos que Miles Davis podia ter estado numa jam com os Can. Podem sentir-se numa rave, num bailarico, podem até trautear os riffs das guitarras, mas os Cave são uma “space jam band” que se compõe através de fascinantes sobreposições de texturas. E, de repente, os Neu! surgem coloridos na world music, nas repetições alegres de Always (2018), o disco que os traz até nós e desfaz-se em layers felizes, onde não existe lugar para tons neutros, para universos monocromáticos, “San Yago” sugere uma pista de dança, “Beaux” cresce numa espiral psicadélica de agitação rock. É neste vasto caminho de referências assentes na imersão e experimentação desafiante que os Cave se revelam como quinteto ímpar no contexto actual. Não é psicadelismo de monotonia, nem rock desvairado, são cinco músicos de andamentos assertivos, guitarras explosivas para agitar a noite, libertar corpos e dançar sem fim. JH Maria Reis Maria é há muito tempo menina das cantigas, fundou a editora lisboeta Cafetra e vimo-la crescer na irreverência das Pega Monstro. Em 2017, Maria chegou a solo num EP com cinco faixas belíssimas. Pelo meio criou novo trio com Miguel Abras e Gabriel Ferrandini, o Santo Oficio. Agora, a compositora prepara o seu primeiro disco, mas antes faz uma paragem numa das suas casas de partida, a ZDB, claro. JH
