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The Only Possible City

The Only Possible City

vários horários

Meg Stuart expõe-se. Um rosto humano num espaço da representação hiper-humana. O real exposto num lugar de representação. Stuart olha-nos de frente, sem artifícios, com a determinação de quem nos fala, mas o seu olhar fraqueja ao ponto de se adivinhar uma questão: somos nós que olhamos Stuart ou é Stuart quem nos olha?

Nós olhamos Meg Stuart. E, no seu rosto, não vemos apenas a simples exposição da aparência, daquilo que está na frente da cabeça ou aquilo que a envolve, ou seja, o seu rosto não é entendido no seu sentido plástico, estético ou psicológico. Ele revela a alteridade. Mais do que a exposição de algo humano que escapa, ele revela-se constantemente.

Meg Stuart olha-nos. E, nesse gesto, encontra-se uma imposição, dando uma ordem e pedindo clemência, tal como nos diz Emmanuel Lévinas: “o rosto do Outro recorda as obrigações do ‘eu’”. Somos levados a tomar responsabilidades sobre quem nos olha, ali, no meio da escuridão.

O rosto de Meg Stuart, entidade feminina dentro desta capela que outrora fora habitada apenas por mulheres em reclusão, traz-nos o contraponto da velocidade de uma cidade e de um corpo experiente, viajado e livre. Neste local de refúgio, de mistério e de silêncio vemos um rosto, vemos um ser humano, vemos uma mulher, vemos uma bailarina e uma coreógrafa. O rosto de Meg Stuart não está no plano da representação. Ele ocupa o espaço.


Fonte: https://agendalx.pt/events/event/the-only-possible-city/
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