JAZZ, UMA HISTÓRIA A PRETO E BRANCO, PELOS MELHORES E PELOS PIORES MOTIVOS.
O Jazz. Nascido na cidade de New Orleans no estado da Luisiana, Sul dos Estados Unidos da América.Situada na confluência dum porto de mar com a foz do rio Mississipi, desde os finais do século XVIII New Orleans rapidamente se tornou um ponto de encontro de gentes e culturas que de todo o mundo ali chegavam e que por ali ficavam ou que dali partiam para o norte ou para o interior dos Estados Unidos em busca de uma nova vida num mundo novo.É neste caldo de diversidade cultural e deste encontro forçado de culturas entre a África e a Europa que é criado e desenvolvido pela comunidade negra escravizada um novo estilo musical alimentado pelas suas vivências, memórias e valores culturais, expresso a partir do sistema musical europeu e com os correspondentes instrumentos musicais.Um género musical que na sua origem, os Blues, reflectia não só as condições de vida, sociais e de trabalho mas também uma poderosa afirmação de identidade, de reivindicação e de luta de quem o criou.Uma verdadeira história a preto e branco, pelos piores e pelos melhores motivos.A sua qualidade musical intrínseca, a sua novidade e a alegria que transbordava das suas formas, melodias e ritmos, depressa fizeram do Jazz um género musical amplamente popularizado e divulgado por todo o mundo sendo mesmo algumas das suas descobertas estilísticas e musicais adotadas por compositores de todos os géneros.A Fotografia, que nasceu e cresceu a par do Jazz, qual irmão gémeo, parecia assim destinada a ser um dos seus melhores aliados para captar visualmente tudo o que o Jazz pretendia musicalmente transmitir. E assim foi.Desde a sua origem como arte autónoma a Fotografia sempre acompanhou o Jazz e os músicos de Jazz, captando as suas expressões, os seus ambientes, as suas vivências e o seu universo. E desde sempre, mesmo nos dias de hoje em que a tecnologia da fotografia a cores é amplamente acessível e facilitada, quando se trata de fotografar o Jazz parece haver entre os fotógrafos uma razão intuitiva que os impele para o fazerem a preto e branco. Seja por motivos estéticos, históricos, por efeito dramático ou apenas porque sim (que em arte é um argumento absolutamente válido!) é no contraste primordial do preto e branco, da luz a nu, essencial e sem distrações, que o olho fotográfico melhor consegue captar o que é a sua tradução em imagens e a sua mais fiel aproximação ao mundo do Jazz.E tudo isto a Anabela Carreira consegue nesta (a)mostra do seu já extenso portfolio de centenas (ou milhares?) de fotografias em que o Jazz, os músicos de Jazz e as suas envolvências são os protagonistas dum trabalho fotográfico cuja qualidade lhe é merecidamente reconhecida.A Fotografia agradece a que haja fotógrafos assim. E o Jazz também.
José António Batata
Since its origin as an independent art, Photography has always followed Jazz and Jazz musicians, catching their expressions, their ambiences, their experiences and their universe. And even nowadays, when color photography technology is widely accessible and easy to use, when it comes to photographing Jazz, there seems to be an intuitive reason among photographers for them to do it in black and white. Whether for aesthetic, historical, dramatic effect or just because (which in art is an absolutely valid argument!), It is in the primordial contrast of black and white, of bare light essential and without distractions,that the photographic eye, is better able to capture, what is its translation into images, and its most faithful approximation, to the world of Jazz.
Informações Adicionais
Organização: Câmara Municipal de Évora
Fonte: http://www.cm-evora.pt/pt/agendacultural/Paginas/Exposição-Fotografia--Anabela-Carreira.aspx
