19:00 até às 22:15
Terra em Transe, de Glauber Rocha

Terra em Transe, de Glauber Rocha

Terra em Transe, de Glauber Rocha
Brasil, 1967 – 105 min / M/12
sessão apresentada e seguida de debate com convidados (a anunciar em breve) e os membros do Cineclube das Gaivotas.

Sessão pensada e programada pelo Cineclube das Gaivotas, iniciativa da associação cultural Os Filhos de Lumière para o fomento de jovens programadores.

""Filme admirável, negro, poema, Terra em Transe mostra como se fazem e se desfazem, no 'terceiro mundo europeu' as ditaduras tropicais", escreveu à época Marguerite Duras. Longe do sertão e dos cangaceiros, inteiramente situada no Rio de Janeiro, a terceira longa-metragem de Glauber Rocha é sem dúvida o mais "cinematográfico" dos seus filmes"
in programa da Cinemateca Portuguesa.

"Quando acabámos de ver Terra em Transe e as luzes se acenderam na nossa sala costumeira da Rua das Gaivotas, não conseguimos conversar, como fazemos sempre depois de cada filme.  Terra em Transe deixara-nos num estado de torpor, sem fôlego para discursos. Foi assim, entorpecidos, mudos, que deixámos a sala e escapámos das imagens e dos sons sem os enfrentar com palavras. Ficaram a pairar como fantasmas no nosso inconsciente.

Na semana seguinte, vimos Uma Mulher sob Influência, de Cassavetes; terminámos a projeção extasiados e pensativos. Decidimos imediatamente que este seria o filme a programar em fevereiro na Cinemateca, satisfeitos e aliviados por, desta forma, escaparmos ao tormentoso confronto com o in-narrável Terra em Transe. A Ana não conseguiu esconder uma certa desilusão perante esta fuga dissimulada a um filme que era, antes de tudo, sinistramente atual e oportuno. Ainda assim fizemos a proposta à Cinemateca, mas o destino não se compadeceu de nós: Uma Mulher sob Influência fora lá projetado havia um mês e não fazia sentido reprogramá-lo passado tão pouco tempo.

E aí compreendemos que não podia ser coincidência. No momento em que o poder no Brasil foi tomado por um governo que quer instaurar à força uma ideia deturpada de civilização,  ver e debater este filme tornou-se urgente."
Cineclube das Gaivotas



As programações de cinema feitas pelos jovens e para os jovens têm um valor duplo: a formação profunda dos jovens que fazem parte do grupo de programadores (Cineclube das Gaivotas), e por outro lado a inovação na forma de ir ao encontro dos espectadores em geral.

A programação de filmes implica ver os mesmos com atenção, de modo a conhecer o trabalho dos realizadores, estabelecer relações, pensar como apresentar o filme ao público: as formas de acompanhá-lo, divulgá-lo, e assim descoberta e a apreciação do mesmo. Ao desenvolver estes processos, os jovens programadores criam uma ligação particular com o cinema que veem e programam, e transmitem aos outros.

O Cineclube das Gaivotas nasceu em 2014. A ideia era juntar, em Lisboa, um grupo de jovens entre os 15 e os 18 anos à volta do cinema – projetar e discutir filmes, fomentando a atividade de jovens programadores. O projeto cresceu e a Cinemateca acolheu algumas sessões do Cineclube, seguidas de conversa com a presença de convidados escolhidos em articulação com os filmes. Integrando o Moving Cinema, projeto europeu que reuniu jovens programadores dos países participantes, o Cineclube das Gaivotas programou uma sessão no âmbito do festival Doclisboa 2016 e estreou‐se o ano passado com um formato de sessões duplas em colaboração com os outros jovens programadores do Moving Cinema em Barcelona, Edimburgo e Vilnius. Esta será a sua nona sessão pública, em parceria com a Cinemateca Portuguesa, sempre aberta a novos jovens interessados em juntarem‐se para ver e discutir cinema.
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