Já morreram 10 mulheres (9 mulheres adultas e 1 menina) vítimas da violência machista em 2019. São 10 minutos em que convidamos todas/os participantes a contribuírem com barulho de resistência: voz, instrumentos, apitos, qualquer objeto que produza barulho. Para que nos ouçam e ouçam bem: BASTA! Somos as netas, as filhas, as sobrinhas, as irmãs, as vizinhas daquelas que uma sociedade que legitima a violência contra as mulheres ainda não matou. Não nos calamos. Luto é verbo, o nosso grito é sobrevivência e resistência. É por todas elas e por todas nós. No dia atribuído ao amor romântico, Dia dos/as Namorados/as, propomos romper com o ciclo de violência doméstica. A seguir à lua de mel, os pedidos de desculpas, as prendas e as promessas, vem mais violência, mais ameaças, ataques e chantagens. No caso recente do Seixal, a polícia registou-o como "violência doméstica de risco elevado” mas o Ministério Público do Seixal desvalorizou, considerando ser apenas coação e ameaça Um juiz – Neto Moura – foi desculpado com uma ‘advertência’, apesar de ter julgado o caso evocando a Bíblia e desconsiderado o crime pela vítima ser alegadamente adúltera. Nos últimos anos perto de 520 mulheres foram assassinadas em contexto de relações de intimidade. São centenas os filhos e as filhas órfãos destas mortes. A violência doméstica tem de acabar. O silêncio sobre estas mulheres tem sido ensurdecedor. Precisamos de campanhas públicas de informação - assertivas e massificadas. Exigimos uma justiça sem preconceitos de género - e realmente justa. Reclamamos políticas públicas que esclareçam a juventude sobre os contextos de violência. Queremos medidas concretas que protejam e apoiem as vítimas e não sejam contemplativas para com os agressores. Falta menos de um mês para uma iniciativa histórica nacional. Nove cidades saem à rua no dia 8 de Março de 2019. A Greve Feminista sai à rua, exatamente porque "Somos as vítimas da justiça machista, quando esta fundamenta as suas decisões em preconceitos, e da cultura da violação, que desacredita a nossa palavra e desvaloriza a nossa experiência, procurando atribuir-nos a responsabilidade das violências que sofremos. Somos as que vivem em alerta permanente, porque o assédio no espaço público e no local de trabalho continua a estar presente. Somos múltiplas e diversas, de todas as cores e lugares, de todas as formas e feitios, com diferentes orientações sexuais e identidades de género, profissões e ocupações. Somos trabalhadoras, estudantes, reformadas, desempregadas e precárias, do litoral e do interior, do continente e das ilhas. Somos as invisíveis, as negras e as ciganas. Somos tu e eu, somos nós, somos tantas e tão diversas. A 8 de Março, mulheres em todo o mundo levantam-se em defesa dos seus direitos e mobilizam-se contra a violência, a desigualdade e os preconceitos". As razões somam-se. Todas cabemos na Greve, todas somos imprescindíveis. O silêncio mata. Vivas nos Queremos! Nem mais uma! Basta de violência machista!