O título provém da imagem de uma mãe a dar banho à filha vítima de envenenamento por mercúrio, naquele que terá sido um dos grandes desastres ambientais da história, captada em 1971 pelo fotojornalista norte-americano W. Eugene Smith. A fotografia a preto e branco ficou imortalizada como Tomoko Uemura in Her Bath, tornando-se bandeira para milhares de japoneses vitimados pela mesma contaminação.
Através dessa imagem tão intima e comovedora, ainda hoje impressionante, Marta Lapa e os atores Teresa Coutinho e Vítor Alves da Silva partem para a construção de um espetáculo que levanta questões como “será a fotografia de um cadáver de criança mais pornográfica ou chocante do que uma fotografia de sexo explícito?” Com texto da poeta Catarina Santiago Costa (autora do maravilhoso Filha Febril), O Banho de Tomoko assume-se como uma reflexão sobre o poder da imagem num tempo em que “assistimos diariamente, nas televisões e nas redes sociais, ao horror da morte quase em direto, mas censuramos cada vez mais imagens de nudez e sexo.” FB
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