Triste in English from Spanish - Sónia Baptista Saiba mais https://bit.ly/2rEKqxV Comecei a criar este trabalho a partir da minha tristeza, particular, tentando tocar, a partir dela, na tristeza do mundo, em geral - toca e foge- mas dei a volta ao mundo para voltar até à minha tristeza particular, no final. “Quanto mais se foge de uma coisa, mais perto ela permanece”. Eu não sou só triste, também me troco toda e troco-me as voltas. Why sad? Why not? Apercebi-me que o discurso deste trabalho, tanto naquilo que escrevi para dizer, como naquilo que é performado pelas outras criadoras- intérpretes, é enraizado num conceito, ou movimento artístico (será?), a que chamei: Psico-poética do browser. Apercebi-me que, no decorrer da nossa longa investigação, ia juntando fragmentos, frases, ideias, buscas, que apontavam uma reflexão sobre o estado do mundo (o mundo tem de acabar!) e sobre o estado das pessoas em relação ao mundo e em relação à Terra, planeta cada vez menos natural. As minhas raízes são ecofeministas, eco-queer, holístico-filosóficas, estranha, entranhas. Essas raízes desenterraram outras preciosidades, muito sérias, pouco sérias, absurdas, vulneráveis, numa espécie de anatomia da tristeza, como espaço gerador, como espaço de partilha, como espaço que gera a dor e a esperança. Esperança em quê? Não sei bem, não tenho respostas, mas, se comigo insistissem, eu diria: No amor. Acho que nos juntámos todas para falar de amor e comer snacks. Uma coisa leva à outra. Debaixo do pastel ronda o lamento. É um trabalho cocriado com toda a gente que comigo aceitou mergulhar (Abraçar a urso e mergulhar, para depois sair do mergulho e voltar a andar). Olhar a tristeza e a morte nos olhos não é fácil mas é necessário. Para melhor viver, senão tranquilamente, pelo menos de uma maneira interessante e desafiante. “Queres ser uma pessoa feliz ou interessante?” Entre o choque e o assombro diários. Sónia Baptista Grande Auditório Público geral 12€ (descontos) Duração 1h45 M/16