21:30
Concerto Campestre e Voximix @ Fora do Lugar, Oledo

Concerto Campestre e Voximix @ Fora do Lugar, Oledo

6 Dezembro 21h30 
Oledo 
Casa do Povo

Concerto Campestre* e Voximix
Por Amores me perdi
Música ibérica dos sécs. XVI e XVII
* Ensemble Residente do Festival Fora do Lugar

“Porque de tal harmonia é o amor composto e feito; Que do que não traz proveito, lança a mão a fantasia” (Cancioneiro de Elvas, séc. XVII)

Neste concerto podemos ouvir música vocal e instrumental de compositores ibéricos dos séculos XVI e XVII. Pedro Castro nas flautas, Sofia Diniz na viola da gamba e Flávia Almeida Castro no cravo constituem o ensemble Concerto Campestre – Ensemble Residente do Festival Fora do Lugar – que conta com a participação especial de Filipe Faria e do coro Voximix, dirigido por Armanda Patrício.

Notas:
Entrada livre, sujeita à lotação da sala.
Por motivos de segurança, a porta será encerrada assim que a lotação estiver preenchida. 
As portas abrem 30’ antes do início do concerto.

Pedro Castro, flautas de bisel
Sofia Diniz, viola da Gamba
Flávia Almeida Castro, cravo
+ Filipe Faria, voz
+ Coro Voximix (dir. Armanda Patrício)

Programa:
Diego Ortiz (c.1510-c.1570), 4 recercadas
Anónimo séc. XVII (manuscrito do mosteiro de Santa Cruz, Coimbra), Tarambote para 2 charamelinhas
Antonio Correa Braga (séc. XVII), Batalha de 6º tom
B. S. y Salaverde (c.1580-1638), Susana passegiata a basso solo
D. Ortiz/Pierre Sandrin (c.1490-1561), “Dulce Memoire”(chanson e sua recercada)
Cancioneiro Musical d’Elvas (séc. XVII, Romances e Vilancicos), Já não podeis ser contentes
Cancioneiro Musical d’Elvas, Se do mal que me quereis
Antonio Carreira (1525-1589), Canção a Quatro Glosada
Cancioneiro Musical d’Elvas, Perdido polos meus olhos
Cancioneiro Musical d’Elvas, Por amores me perdi
Cancioneiro Musical d’Elvas, Que he o que vejo
B. S. y Salaverde, Vestiva e colli a 2
Cancioneiro Musical d’Elvas, Porque me não vês Joana
Cancioneiro Musical d’Elvas, Toda a noite e todo o dia

Notas ao Programa
A maioria da música instrumental dos sec. XVI era improvisada, razão pela qual existem hoje em dia relativamente poucas partituras. Existem no entanto alguns “livros de instruções”, como é o caso do tratado de Diego Ortiz que nos deixou alguns exemplos de improvisações escritas nas suas “recercadas” com os quais iniciamos este programa. Um raro exemplo de património nacional de repertório instrumental que se preserva em partitura é o “tarambote para duas charamelinhas” cujo manuscrito se encontra no mosteiro de Santa Cruz em Coimbra. Um outro género instrumental que se cristalizou no sec. XVII em Portugal e do qual existem já mais exemplos é a batalha para instrumento de tecla, que de uma forma programática retrata em música os vários momentos de um destes encontros bélicos desde a alvorada até à cavalgada final, passando pelo chamar das trombetas. Os órgãos ibéricos da altura eram especificamente apetrechados para reproduzirem os vários sons deste repertório e em particular o das trombetas de guerra.
O Cancioneiro musical Públia Hortência também chamado de “Cancioneiro de Elvas” é uma das pérolas do nosso património musical. Tem a particularidade de conter um conjunto de peças polifónicas com textos em Português. Isto é extraordinário para a época pois o idioma que se falava e cantava nos círculos mais eruditos era o castelhano. Bem no contexto do espírito da canção nacional os temas são geralmente tristes e melancólicos, mas é também por vezes evidente um caracter jocoso e mordaz em temas ainda hoje tão actuais como o amor não correspondido.
A abordagem do Concerto Campestre para este repertório leva a interpretação um pouco mais longe do que a mera execução estrita do texto musical para criar versões instrumentais mais elaboradas sempre dentro do carácter do repertório e segundo as instruções que se encontram nos tratados da época como o os de Diego Ortiz e Tomás de Santa Maria. Este trabalho inclui a realização de versões “diminuídas” ou “glosadas” das peças que consistem em versões ornamentadas criadas pelos próprios executantes, procurando enriquecer a fruição deste repertório.
Retratando esta tradição de ornamentação do repertório vocal estão incluídos neste programa também exemplos deixados pelos compositores da época. É o caso das versões de Ortiz do conhecido madrigal de Pierre Sandrin, “Doulce memoire” e da versão de Selma e Salaverde da “chanson” “Vestival e colli”. Este último tipo de peça vocal acabou por ser génese de um outro tipo de peça instrumental, chamada “canzona” italiana, no qual o espanhol Selma e Salaverde foi prolífico e até o nosso António Carreira nos deixou um importante exemplo na sua canção a 4 glosada.
Pedro Castro, Lisboa 2013

Concerto Campestre. Com o nome inspirado no famoso quadro de Giorgone, o Concerto Campestre é um grupo de música de câmara que se dedica à interpretação de música europeia desde o renascimento ao período barroco, também chamada “musica antiga”. É constituído por jovens profissionais especialistas nos instrumentos da época, tais como cravo, oboé barroco, viola da gamba e violoncelo barroco. Os seus elementos são formados nas principais escolas europeias e trabalham em vários grupos da especialidade, tais como Ricercar Consort, Al Ayre Español, Les Talens Liryques e Divino Sospiro. O grupo está sediado em Lisboa e tem a direcção artística de Pedro Castro. A sua constituição é versátil, tendo sido já realizados projectos com um trio de câmara até um conjunto orquestral com vários cantores na apresentação de repertório operático. Apresentou-se na Festa da Música no CCB, nos Encontros de Música Antiga de Loulé, no átrio do Museu Gulbenkian, na “Festa no Chiado”, nas “Festas de Lisboa” e nos Encontros de Música Antiga de Tomar, no Festival Terras sem Sombra, nos Festivais de Outono em Aveiro, no Festival de Alcobaça e na Primavera Musical em Castelo Branco. Em colaboração com o Quarteto Arabesco apresentou a estreia moderna da Serenata “L’Angelica” de João de Sousa Carvalho em Outubro de 2009. A pesquisa e apresentação do repertório lírico inédito do nosso património é uma das actuais prioridades do agrupamento.

Coro Voximix. Actualmente constituídos por trinta e quatro jovens que frequentam o 3º, 4º e 5º graus do Conservatório Regional de Castelo Branco em regime articulado e supletivo, os Coros Voximix e Voximini existem desde o ano lectivo de 2008/2009. Os seus membros provêm de três agrupamentos de escolas da cidade e partilham, entre todos, o prazer de trabalhar correctamente a voz, a postura, a concentração e o trabalho de equipa. Têm-se apresentado regularmente em concertos promovidos pelo Conservatório Regional de Castelo Branco e sempre que solicitados a integrar outros eventos de carácter educativo e/ou de solidariedade. Do seu repertório destacam-se obras dos compositores contemporâneos Sérgio Azevedo, John Rutter e Gordon Thornett, para além de outras obras do repertório musical erudito. É dirigido, desde a sua formação, pela professora Armanda Patrício. Para melhor divulgação das suas actividades, foi criada a página Web: http://corocrcb.blogspot.com.

Pedro Castro nasceu em 1977 no Porto. Diplomado pela Escola Superior de Música de Lisboa sob a orientação de Pedro Couto Soares e pelo Conservatório Real de Haia na Holanda sob a orientação de Sebastien Marq (flauta) e Ku Ebbinge (oboé barroco). No âmbito do mestrado em artes musicais na Universidade Nova de Lisboa realizou a tese “Serenata L’Angelica – um estudo performativo”. Foi bolseiro do Centro Nacional de Cultura. A sua actividade profissional passa pelos seguintes agrupamentos: Al Ayre Español, Le Talens Liryques, Divino Sospiro, Capela Real, Orquestra barroca de Sevilha, Flores de Música, Sete Lágrimas, Quarteto Arabesco, A Imagem da Melancolia e Músicos do Tejo. Tem assim oportunidade de trabalhar sob a direcção de Eduardo Lopez Banzo, Enrico Onofri, Christophe Rousset, Alfredo Bernardini e Monica Hugget, entre outros importantes nomes do meio da interpretação histórica. Como solista, além da sua actividade em música de câmara, apresentou-se também com a Orquestra Barroca da Casa da Música com o concerto para oboé em Dó Maior de Vivaldi, Orquestra Capela Real no concerto para oboé de A. Marcello, no duplo concerto para violino e oboé de J.S. Bach e com a Orquestra Divino Sospiro com o concerto para oboé d’amore do mesmo compositor e com o concerto de Albinoni em ré menor. No oboé clássico e com o Quarteto Arabesco apresentou-se com o quarteto de Mozart, ícone do repertório virtuosístico do classicismo. Em Outubro de 2009 dirigiu a estreia moderna da serenata “L’Angelica” de João de Sousa Carvalho em 5 récitas por todo o país integrado num projecto apoiado pela Direcção Geral das Artes/Ministério da Cultura. Ensina oboé barroco, flauta de bisel e música de câmara, na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo e Escola Superior de Música de Lisboa. Neste momento realiza uma tese de doutoramento sobre a tradição das serenatas na corte lisboeta no tempo de D. Maria I, na qualidade de bolseiro da FCT.

Sofia Diniz é natural de Lisboa. Tendo tido desde cedo uma formação na área da dança e da música nas escolas do Conservatório Nacional, optou pelo curso de violoncelo e em 1998 concluiu o bacharelato na Escola Superior de Música de Lisboa. Foi nos cursos da Academia de Música Antiga de Lisboa que surgiu o seu interesse pela interpretação histórica em instrumentos originais e a motivação para especializar-se nesta área. Como bolseira do Centro Nacional de Cultura de Lisboa e mais tarde do programa Nuffic-Huygens do estado Holandês concluiu os diplomas de Bachelor of Music com Rainer Zipperling na Musikhochschule em Colónia e de Master of Music no Departamento de Música Antiga e Práticas Históricas de Interpretação do Conservatório Real da Haia (Países Baixos) e de Bruxelas (Bélgica) com os gambistas Wieland Kuijken e Philippe Pierlot. Em 2005 foi convidada para dar um recital como Solista Jovem Talento no Festival Bach em Liége e em 2006 no Festival Printemps Baroque em Bruxelas. Sofia Diniz é fundadora e directora artística do Ensemble ConTrastes e co- fundadora dos agrupamentos Concerto Campestre (Pedro Castro) e do Consorte de violas Viols Voice e trabalha com vários ensembles conceituados na área da música antiga, entre os quais realça a colaboração com os ensembles The Spirit of Gambo (Freek Bortslap), Il Fondamento (Paul Dombrecht), Ricercar Consort (Philippe Pierlot), Collegium Vocale Gent (Philippe Herreweghe), Ludovice Ensemble (Fernando Miguel Jalôto), Sete Lágrimas (Filipe Faria e Sérgio Peixoto) ou Concerto Köln entre outros. Sofia Diniz toca em orquestra ou como solista nos mais variados festivais Europeus, tais como o Festival de Música de Mafra, o Bach Festival en Vallée Mosane (Belgica), Folles Journée (França) ou Holland Festival Oude Musik Utrecht e em gravações tais como nos álbuns Terra, Vento, Pedra e outros para a editora MU com o agrupamento Sete Lágrimas, Organa Vocis, numa produção da DRAC com órgãos históricos da ilha da Madeira com o organista António Esteireiro, Fantazias de Purcell e a Cantata BWV 198 para a editora MIRARE com Ricercar Consort e Schwanengesang de Schütz para Harmonia Mundi com Collegium Vocale Gent e Concerto Palatino sob direcção de Philippe Herreweghe, e gravação integral ao vivo para o canal ARTE da Ópera Dido e Aeneas de H. Purcell com Ricercar Consort e Collegium Vocale Gent sob direcçãod de Philippe Pierlot.

Flávia Almeida Castro nasceu em Lisboa em 1978. Diplomou-se em cravo na Escola Superior de Artes de Utrecht, Holanda, sob a orientação do professor Siebe Henstra e na Escola Superior de Música de Lisboa sob a orientação da professora Cremilde Rosado Fernandes. Foi bolseira do Centro Nacional de Cultura. Trabalhou com a Capela Real, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra do Algarve, Orquestra Nacional do Tejo, Orquestra Divino Sospiro, Orquestra Barroca da Casa da Música, Orquestra Sinfónica da Casa da Música e com o FIM Ensemble onde teve oportunidade de trabalhar sob a direcção de Gilles Apap, François Leleux, Wieland Kuijken, Jean-Marc Burfin, Álvaro Caçuto, Terry Fischer, Pedro Neves, entre outros. É membro fundador do agrupamento Concerto Campestre com quem realiza concertos regularmente, tendo-se apresentado também como solista no Festival de cravo de Óbidos com repertório do barroco francês, na Festa da Música, no Festival dos Açores, no Festival Terras Sem Sombra do Baixo Alentejo e no 35º Festival de Espinho com o 5º Concerto Brandeburguês de J. S. Bach. É professora de cravo na Academia de Música de Santa Cecília e no Instituto Gregoriano de Lisboa.
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