TRAGÉDIA E PAIXÃO | Temporada Sinfónica
Orquestra Metropolitana de Lisboa
Alguém disse que a comoção romântica é «coisa» do passado? Quem nunca verteu uma lágrima em frente da tela de cinema? Quantos resistem ao êxtase lacerante das melodias do 2.º Concerto para Piano de Rachmaninov ou da Sinfonia Patética de Tchaikovsky? As emoções intensas e o despojamento expressivo destas obras espelham-se em episódios da nossa vida, e também tornam difícil não serem interpretadas como revelações autobiográficas dos compositores. O concerto de Rachmaninov conta-se entre os mais populares de sempre, mas está associado à estreia desastrosa da sua 1.ª Sinfonia. A subsequente depressão forçou-o a uma Terapia Auto Sugestiva, repetindo diariamente para si mesmo «Vais começar a escrever o teu concerto... um concerto extraordinário». Assim aconteceu, em 1901. Por sua vez, Tchaikovsky dedicou a 6.ª Sinfonia a Vladimir Davydov, o sobrinho por quem sentia uma paixão intensa. Acresce que a obra foi estreada sob direção do próprio compositor em 1893, apenas oito dias antes de uma morte inesperada e cujas circunstâncias ainda hoje motivam especulações. Explica-se assim o título que foi dado à obra. A palavra grega «Pathos» significa Paixão, Sofrimento.
S. Rachmaninov - Concerto para Piano N.º 2, Op. 18
P. I. Tchaikovsky - Sinfonia N.º 6, Op. 74, "Patética"
António Rosado: piano
Mykola Dyadyura: maestro
[Créditos da imagem: Pedro Proença]
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