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A ÓPERA CHINESA

O Museu do Oriente apresenta A Ópera Chinesa, uma grande exposição da colecção Kwok On. Ocupando todo o piso 2 do Museu, A Ópera Chinesa oferece uma visão abrangente deste singular género performativo em toda a sua diversidade e exuberância. Em exposição, cerca de 280 peças tais como trajes, perucas, toucados, modelos de maquilhagem, marionetas, gravuras, pinturas e instrumentos musicais, bem como fotografias e vídeos. 

Assista ao filme-visita da exposição aqui

Considerada um dos tesouros culturais da China, a ópera tradicional surgiu em finais do século XI, agregando elementos de formas artísticas bastante mais antigas. É uma síntese de várias artes, que engloba canto, música, fala, mímica, dança, técnicas de maquilhagem, acrobacia e artes marciais com manipulação de adereços como armas, barbas e leques.

Tradicionalmente representada sem cenários, e com um vasto repertório, a principal característica da ópera chinesa é estar no ponto oposto do realismo. A voz nunca é natural e os movimentos, muito estilizados e simbólicos, exprimem os sentimentos da personagem de acordo com um rigoroso imperativo estético.

É este universo pleno de simbolismo e grande riqueza material, que a exposição A Ópera Chinesa se propõe mostrar, através das histórias, objectos e personagens que a compõem.

Mergulhando os visitantes na experiência do espectáculo, na entrada da exposição encontra-se a reconstituição de um cenário de ópera, um vídeo de uma actuação, instrumentos musicais das óperas de Pequim e Cantão e a recriação do camarim da aclamada estrela operática Mei Lan-Fang (1894 – 1961).
Tal como as representações de ópera eram muitas vezes antecedidas de bailados ou danças propiciatórios, também a exposição apresenta vestes, máscaras e outros acessórios usados nestes rituais que visavam garantir a protecção dos deuses para os actores e público.

Partindo desta introdução, a exposição desenvolve-se em dois núcleos temáticos principais: Personagens e Repertório.

Trajes, maquilhagem e acessórios como perucas, toucados e sapatos, são essenciais para identificar os tipos de Personagens presentes na ópera. O valor destas reside, mais do que na sua individualidade, na forma como tipificam grupos ou classes sociais, ideais estéticos ou heroícos.
Da excelência dos actores – que têm obrigatoriamente de dominar uma série de disciplinas artísticas – depende o sucesso da produção e o prestígio da companhia.
Assim, os papéis masculinos dividem-se em homens idosos, jovens e guerreiros; os papéis femininos por seu turno, em mulher idosa, mulher virtuosa, cortesã ou criada, guerreira e jovem de famílias distintas; a estes juntam-se ainda os rostos pintados e os palhaços. Estas tipologias, suas características e elementos diferenciadores estarão ilustrados no núcleo das Personagens.

O vasto repertório da ópera chinesa inclui comédias de costumes, histórias de amor, peças históricas e mitos fundadores da China. No núcleo dedicado ao Repertório exploram-se quatro das suas mais célebres histórias: A História dos Três Reinos, A Viagem ao Ocidente, A Lenda da Serpente Branca e O Pavilhão da Ala Oeste.
Através delas será possível perceber os vários papéis da ópera na cultura e sociedade chinesas: a crítica de costumes, a exultação das virtudes guerreiras e morais, o temor aos deuses, a transmissão da sabedoria dos antepassados, entre outras. Aqui se destacam ainda o nuoxi e o dixi, teatros religiosos de exorcismo, realizados em ocasiões solenes.

Enquadrando esta arte na história recente, a exposição conta ainda com uma secção dedicada à ópera durante a Revolução Cultural e a tentativa de instrumentalização pelo regime. O teatro torna-se num teatro social que tem por missão um papel educativo. Foram toleradas apenas oito óperas revolucionárias, criadas sob a égide de Jiang Qing, a mulher de Mao. Com a morte de Mao em 1976, os antigos temas da ópera tradicional reapareceriam pouco a pouco, sob a influência de Deng Xiaoping, grande admirador do teatro clássico.

Hoje considerada uma verdadeira embaixada cultural da China, a ópera é uma súmula de técnicas e artes milenares, e de um repositório de narrativas fundadoras da sua identidade.

Uma exposição sem precedentes em Portugal, A Ópera Chinesa reconfigura por completo o segundo piso do Museu do Oriente e é formada inteiramente por obras da colecção Kwok On. A Ópera Chinesa dá assim a conhecer mais um núcleo significativo do total de 13.000 peças que compõem a Kwok On. Criada em 1971 por Jacques Pimpaneau – a partir da doação que lhe fora feita pelo autodidata Kwok On - a colecção Kwok-On foi incorporada no acervo da Fundação Oriente em 1999. É composta por objectos relacionados com as artes performativas e festividades tradicionais da China, Índia, Japão. Representadas estão ainda as artes populares e práticas culturais do Sri Lanka, Tailândia, Camboja, Malásia, Indonésia, Vietname, Tibete, Birmânia, Nepal e Coreia. Com o objectivo de promover o contínuo enriquecimento da colecção, todos os anos realizam-se missões de estudo e aquisição de peças na Ásia. Esta exposição é assim representativa do trabalho empreendido pela equipa do Museu do Oriente, com vista à salvaguarda de um acervo complexo e frágil através de registo, conservação e restauro.

Curadoria Sylvie Pimpaneau, Sofia Campos Lopes

Lotação máxima de 5 pessoas. Recomendações da Direcção Geral de saúde em contexto pandémico.

Fonte: http://www.museudooriente.pt/2732/a-opera-chinesa.htm
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