23:45 até às 06:00
LuXX #16 / I Was Here: Rui Vargas b2b Dixon

LuXX #16 / I Was Here: Rui Vargas b2b Dixon

Em 20 anos, muitas foram as noites em que fomos salvos, em que aprendemos, dançámos e sentimos com os nossos DJs residentes. Por isso e tanto mais, quisemos dar-lhes ainda um pouco mais de tempo, para também nos confiarem o que lhes vai na alma, com a ajuda de alguém em quem eles também confiam. É isso que são as noites I Was Here, o nosso obrigado a quem aqui está sempre, do princípio ao fim, uma folha em branco para que, em back-2-backs especiais com convidados seus também eles especiais, escrevam um bocadinho mais desta história que conta um pouco de Lisboa ao mundo e conta o mundo a Lisboa. Quem melhor para nos trazer um novo amanhecer do que aqueles que aqui já viveram tantos amanheceres?

Rui Vargas convida Dixon para o último dos back-to-backs de celebração dos XX anos de Lux.


Texto do Ze Pedro Moura sobre o Rui Vargas:

Quando o Rui propôs que eu escrevesse este texto aceitei o desafio de imediato. What else? 
E no minuto seguinte freezei num ataque de pânico. A quantidade de informação era gigante! Uma avalanche de short cuts que competiam na sua relevância e se interconectavam num rollercoaster de saltos no tempo, nos locais e nas sensações com que as identificamos. (lembrete: desfragmentar-me o disco). 
Ao procurar um fio condutor que permitisse estabelecer alguma ordem; percebi que a(s) música(s) era(m) uma constante e com a informação de cada uma construía-se uma novela; minha e do Rui.
No início era campo de Ourique e os Echo & the Bunnymen; formar bandas e criar programas de rádio / labours of love, viagens intermináveis Lisboa - Paris (by bus !!!) e concertos (muitos), explorações ao bairro alto, boys & girls (os meus e as dele, fyi).
O drop out (Rui no técnico, eu no iscte) acontece com total indiferença; e sem qualquer plano estamos a tocar discos no Frágil.
Há um traço que nos é comum (e que se estende aos outros amigos de Campo de Ourique): a liberdade com que procuramos novas músicas (podiam ser antigas ou recentes, nós só as descobríamos nesse momento logo era novidade) permitia ir a varias estéticas durante um set e horas e provavelmente tenha sido factor determinante na aprovação do Nanau (director musical do Frágil) e do Manel (que nos dava entrada a um mundo onde todos nos chamamos Alice).
Acid house, hip hop, techno, balearic; a descoberta e surpresa era constante, com Contraverso e Bimotor a providenciar a semanada de vinis importados.
The Face e a ID, mais tarde a Jockey Slut entre outras fontes que esqueci o nome, construíam uma nova cumplicidade, onde os códigos são labels e remixes, músicos que ninguém sabe o nome, artistas que tocam discos / redefinindo o technics 1200 como instrumento musical; cidades que se tornam espaços mágicos e centram a acção em dado momento Manchester, Detroit, Chicago, Ibiza, Leeds, Berlim, Paris...

Os 90s são estranhos. Eu passo longos períodos em Braga (Mão Morta) e o Rui entrega-se à descoberta do que é essa energia, química, magia branca que acontece quando alguém confessa 'Last Night a DJ Saved My Life'.
Mesmo estando menos tempo juntos, nesses 10 anos o Rui está sempre presente no meu best of...'': Peregrinações aos sets do Tó Pereira em Lisboa, afters (lots of...), Ofir, raves onde nunca chegamos perdidos em Sintra, o Tom e o Mickey, Rob com a Tribal e Lisboa Não Para; uma multidão de personagens (poucos esquecidos, outros que nos fazem falta; amigos e amigas únicos, essenciais hoje e sempre, guest stars).
Subtilmente, como lhe é constante, o Rui vai tornando as noites de sábado no Frágil numa celebração onde descobrimos a maioria dos discos desses anos que nunca iremos esquecer. É de propósito que não refiro géneros ou 'musica de dança' (the horror! - designação idiota); falamos de musica pura e dura, porque o Rui é um musico.
O Frágil torna-se limitativo na sua dimensão e o Bairro Alto anuncia a invasão das manadas. Wave goodbye and Fiat Lux.
29 de setembro de 1998. O Lux é ideia do Manel - esta história também tem o seu ben won kenobi, quem nos indica onde está a força. Numa união de Lisboa com o vasto delta do Tejo cria um playground para dj's, músicos, video, light designers, teatro, Jedi's (o tecto da discoteca são light sabres..., dah?)
O Rui dirige a música.
Revejo a lista de nomes nestes 20 anos; o início com concerto do Prince (não há impossíveis), a escolha heterogénea de djs e bandas, montagens sonoras, a atenção constante às várias tendências (nunca filiando uma). A diversidade, que deixa gregos e troianos a resmungar por não serem os preferidos.
Apostas em Caribou, Villalobos, LCD Soundsystem, 2manydjs, Rub N Tug, Panda Bear, Trevor Jackson, Dean Blunt, Tiga, Omar S, Antony & the Johnsons, Joy Orbison, Dixon...podia continuar ad infinitum... ou talvez um pouco antes.
Se não existisse seria este o melhor club que podíamos imaginar? Juntos DJ's residentes e paro de escrever...é muito especial fazer parte disto. Muito especial, mesmo.

Acho que fui mal habituado: nunca liguei muito a nomes maiores ou lendas porque um dj set depende de múltiplas variáveis. Podemos ter a melhor seleção de discos, bem preparado, e a noite ser um desastre. Ou não; por um detalhe mínimo como tocar um disco as 03h em vez das 05:45h. Ou o publico não se calar. Ou porque está a chover. Ou estamos em dia não. Acontece a todos.
Mas ao fim destes 30 anos (plus) a sair quando o Rui toca, de alguma forma acabamos a noite lá mais em cima. E se os goosebumps forem o factor de prova para um disc-jockey especial, então não há outro melhor. No Mundo. Para mim.


#luXXfragil


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