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O DEUS DA CARNIFICINA

O DEUS DA CARNIFICINA

10.00 € - Teatro - 75m • Grande Auditório • M/12 

Dois casais, adultos e aparentemente civilizados, encontram-se para resolver um

incidente protagonizado pelos seus filhos menores. O que é verdadeiramente

sedutor neste confronto é a progressão paradoxal do encontro dos casais. Há uma

certa sofisticação na forma como o encontro decorre na tentativa de apurar

responsabilidades na luta física que ocorreu entre os respetivos filhos, dois jovens

de 11 anos. O que acontece na realidade é a queda progressiva das máscaras a que

nos obrigamos no ato social e um estalar do verniz, que deixa a nu a natureza

violenta dos relacionamentos humanos. As conversas entre os quatro são

constantemente interrompidas pelo telemóvel de Alan, advogado de uma

multinacional farmacêutica, acusada de vender medicamentos para cardíacos que

produz efeitos colaterais. A sua mulher Nancy, é uma mulher com ambições socias

e com uma curta tolerância ao álcool. Penélope, é uma dona de casa, vagamente

interessada em arte africana e o seu marido Michael é um vendedor de

eletrodomésticos. Nada é claro ou linear. Ninguém é normal. As primeiras

impressões vão-se contradizendo, negando-se, alterando-se em contacto com as

outras. Pouco a pouco vamos sendo levados para o núcleo da nossa natureza

primordial, selvagem e violenta. Todos são capazes de pensamentos politicamente

corretos, mas também se mostram capazes de usar golpes baixos e letais, quando se

trata de defender o interesse próprio ou dos filhos. O tema da peça é,

necessariamente, a “Hipocrisia”, ou se preferirmos, a dupla moral e de como

perspetivas éticas se mostram flexíveis para defenderem certos interesses. O que é

curioso é que toda esta dimensão ética e politica é colocada neste texto em termos

profundamente cómicos. “Deus da Carnificina” é por isso uma comédia, mesmo

que o riso tenha como fronteira a dor que sempre sentimos, quando constatamos a

nossa fragilidade humana.

“O Deus da Carnificina” é uma tragédia cómica ou uma comédia trágica se

preferirem, onde a natureza humana e toda a sua evolução social, intelectual e

psicológica se desmorona quando impulsos primários e básicos são despoletados

por uma discussão parental. Nada nos tira do sério ou potencia o nosso lado

animalesco e protetor como uma investida contra os nossos filhos.

Este espectáculo constitui uma oportunidade para explorar vários registos de

comédia negra onde o sarcasmo, a ironia e o cinismo, são instrumentos a que o

texto recorre e que os atores naturalmente integram no jogo e que, no combate que

se adivinha, provocam risos. Alguns são risos nervosos, descontrolado por vezes,

como quem assiste a um funeral e se ri perante uma situação trágica, mas que aos

nossos olhos resulta, involuntariamente, caricata, ridícula até.

Quando olhamos ao espelho, por vezes, o nosso reflexo é adulterado pelo nosso

cérebro, de modo a que a perceção dos nossos receios mais profundos, seja

suavizada, como que nos preparando para uma realidade não desejada. “O Deus da

Carnificina” tem esse mesmo efeito em nós. No fundo desejamos não ser nenhuma

das personagens aqui retratadas, mas não nos conseguimos impedir de identificar

determinados comportamentos, que embora condenemos nos são demasiadamente

familiares. Autoria da peça - Yasmina Reza Tradução, Versão e Encenação - Diogo Infante Com - Diogo Infante, Pedro Laginha, Patricia Tavares e Rita Salema Cenografia e adereços - Catarina Amaro Desenho de Luz - Tânia Neto Espaço Sonoro - Rui Rebelo Assistência de encenação - Isabel Rosa Direção de Produção - Ana Rangel e Miguel Dias Coprodução - Teatro da Trindade INATEL e Plano 6

Fonte: https://www.tmg.com.pt/comprarBilhete?sid=a071v00000KjKb8AAF
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