Esta sessão está integrada na exposição PEDRO COSTA: COMPANHIA.
CAVALO DINHEIRO Portugal, 2014 | 103' | HD | Cor
Foi no momento da Revolução de 25 de Abril de 1974 que o Ventura se quebrou e começou a não conseguir juntar as peças todas da sua vida. Foi nesse Verão quente que ele se perdeu. Começou a tropeçar e a cair dos andaimes. "Na nossa barraca não há canetas”, dizia o Lento no Juventude em marcha. Era uma maneira de dizer que há filmes por fazer, que a história está mal contada, que há muitas coisas por vingar. Como qualquer prisioneiro que se preza, em Cavalo Dinheiro, o Ventura vai precisar mesmo da caneta. Da caneta, da navalha e do passaporte. O título Cavalo Dinheiro foi sugerido ou pelo Ventura, quase sem querer. Foi dito baixinho. Vem da mocidade dele em Chão do Monte, em Cabo Verde. Vem das idas à fonte com o burro Fogo Serra para ir buscar água, das corridas a galope atrás das cabras, vem do Verão em que conheceu a sua mulher. É uma sensação de movimento, de felicidade. E os nossos filmes deviam recuperar essa palavra maldita: dinheiro. É um título que não tem preço.
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