14:00 até às 19:00
Paradisæa • Lux Frágil 20 anos

Paradisæa • Lux Frágil 20 anos

Os antigos celeiros do Hub Criativo do Beato recebem a partir do dia 12 de Setembro, e até 11 de Novembro de 2018, a exposição Paradisæa*, concebida pelo designer Fernando Brízio. Esta exposição faz uma revisão da comunicação visual e sonora do Lux Frágil, marcando os seus 20 anos. 

No dia 29 de Setembro de 1998 o Lux abriu as portas, marcando o início da reconversão da zona do “Cais da Pedra a Santa Apolónia”, e da nova zona Oriental de Lisboa que ali tem o seu início. Paradisæa* faz parte das comemorações dos 20 anos da Expo 98, e é organizada em co-produção com a EGEAC Cultura em Lisboa e as Galerias Municipais de Lisboa. 

Paradisæa*, revisita o trabalho dos designers, artistas e criadores que, em diferentes elementos e suportes – convites, flyers, cartazes, websites, fotografias, desenhos, vídeos, podcasts, mobiliário, objectos, esculturas, peças de vestuário, maquetas, adereços, música, textos – fizeram as muitas dimensões do Lux.

E tudo isto é feito através de três instalações que organizam e reinterpretam o imenso material que fez a identidade do Lux Frágil nos últimos 20 anos. A primeira instalação pensa o projecto do Lux na perspectiva da Lisboa moderna, no espaço e suas constantes mutações (sob orientação de Manuel Reis) e na identidade visual. A segunda pensa o uso do vídeo como espaço de experimentação por excelência. E a terceira dá o combustível – a música, pensa o Lux como espaço performativo e mostra os objectos, muitos deles icónicos, que andaram por entre o público e foram usados ao longos dos anos.

Esta exposição começou a ser imaginada no início de 2017, – era necessário organizar o vasto e visionário trabalho criativo de muitas pessoas que, nestes primeiros 20 anos, fizeram o Lux Frágil acontecer em Lisboa, semana após semana desde 1998. Foi por isso que Manuel Reis convidou Fernando Brízio, alguém com um trabalho ímpar, que já colaborou com a discoteca noutros momentos, como por exemplo em 2004 com a colecção de objectos Absolux (tabuleiros e mesas).

Em Paradisæa* vamos poder ver e ouvir tanto, e sobretudo sorrir de frente para a nossa história.

Paradisæa
De 12 de Setembro a 11 de Novembro de 2018
Concepção e design: Fernando Brízio

Hub Criativo do Beato
Rua da Manutenção, 122
1900-321 Lisboa

Horários:
2a a 5a: 14h-19h
6a: 14h-21h
Sáb: 12h-21h
Dom: 12h-19h

Durante o período de exposição vão acontecer conversas e visitas guiadas especiais. Programa a anunciar em breve.

#luXXfragil #paradisaea #exposicao


Sounds for Paradisæa by Ze Pedro Moura & Twofold: cdn.luxfragil.com/paradisaea/luxx.aif


Aconselhamos a leitura do texto do curador e designer Fernando Brízio:

*Paradisaea — a forma latinizada da palavra grega paradeisos (terreno/local de prazer), é o nome de um grupo de aves passeriformes pertencentes às aves-do-paraíso. As características mais marcantes destas aves são a plumagem exuberante e as alterações ocorridas nos seus corpos durante as danças de exibição que fazem para seduzir. Nas aves-do paraíso a beleza, central na perpetuação e evolução da espécie, é alcançada através de encenações que incluem coreografias, formas inesperadas, ornamentações luxuriantes, cânticos e sons produzidos pelo bater ritmado das asas. Tais demonstrações de beleza acontecem no cimo de árvores ou pequenas clareiras na floresta, pistas de dança cuidadosamente preparadas, onde por vezes são previamente colocadas bagas e sementes que adensam o esplendor do momento.

O Lux Frágil é como essas clareiras na floresta. “Clareira noturna” onde o dispositivo cénico, catalisador emocional fruto de uma estratégia integrada de design, nos permite, instigados pela música, aceder a um lugar primordial de beleza, liberdade e felicidade — a matéria de trabalho do Lux.

Inaugurado no ano de 1998, o Lux potenciou a reconversão do Cais da Pedra a Santa Apolónia, constituindo um marco na expansão da cidade para a zona oriental de Lisboa. Um edifício em estado de abandono tornou-se, através da visão de Manuel Reis, num vibrante espaço de referência global.

O Lux adoptou desde o início uma forte e distintiva estratégia de concepção, antevendo muitas vezes tendências que mais tarde viriam a irromper. Nos seus três andares foram desenhados espaços multifuncionais com ambientes musicais distintos, adequados para receber concertos, instalar vídeos, projectar filmes, acolher performances, dançar... Ao longo dos anos, a notável capacidade de regeneração do Lux foi visível na frequente transformação do espaço interior e exterior, conseguida através de dispositivos cénicos geradores de marcantes atmosferas. “Obra de arte total” que integra luz, som, imagem, palavra, corpo, movimento e comunicação. Como Bowie, o Lux parece um camaleão.

Com esta visão multidisciplinar e um minucioso cuidado com todos os detalhes, o Lux tornou-se numa excepcional plataforma para um número significativo de autores, um profícuo espaço de experimentação, raro lugar de liberdade onde surgiram novas linguagens e onde se fundiu a cultura de clube com as mais diversas práticas projectuais. Um espaço cosmopolita de descoberta e transformação para os intervenientes, integrador da diferença, acelerador de mudanças no país, transformador dos territórios da produção cultural nacional.

Esta exposição procura apresentar uma parte do trabalho de concepção do Lux desenvolvido por Manuel Reis ao longo dos últimos 20 anos, em parceria com designers, artistas e músicos das mais diversas proveniências. Reúne uma quantidade considerável de materiais que contribuíram para a aura do Lux ao longo da sua história, e que tantas vezes povoaram o nosso imaginário.

Não procuramos recriar as experiências vividas no Lux pois esse sopro transformador só lá poderá acontecer, naquela nave que, impulsionada pela música, nos introduz a um espaço estranho e nos faz sussurrar ground control to major Tom.

Ou, como diz a Catarina Portas num dos jornais do Lux: "tudo se desfoca em nosso redor para que algo se torne subitamente incrivelmente transparente dentro de nós. (...) São momentos de rara lucidez, flechas de súbita certeza que nos atingem entre a multidão tumultuosa. (...) A dançar olhamos para dentro e para fora ao mesmo tempo, entregamo-nos a um exorcismo primitivo, o de expulsar o peso, o medo, a morte. Sintonizamos, sintonizamo-nos.”

Fernando Brízio
Agosto 2018


Com o apoio Delta Q, Super Bock e Stoli Portugal.
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