21:00 até às 19:40
Companhia Nacional de Bailado / Tânia Carvalho

Companhia Nacional de Bailado / Tânia Carvalho

7.5€
DANÇA
Companhia Nacional de Bailado
OLHOS CAÍDOS + A TECEDURA DO CAOS + S
Coreografia de Tânia Carvalho

> Grande Auditório • RIVOLI
7,50€ • >6 

Ao longo dos últimos vinte anos, a coreógrafa Tânia Carvalho tem vindo a construir uma das obras mais fascinantes da dança portuguesa contemporânea. Tânia Carvalho criou um universo enigmático, mas consistente, que naturalmente convoca e converge a dança, a composição musical, o desenho e todas as práticas artísticas que possam ensaiar escapar ao domínio do racional e deixar o corpo expressar a sua própria linguagem e complexidade. As suas criações vagueiam pelas sombras, pelo expressionismo, pela intuição e o fragmento, construindo uma cosmogonia singular. Pela primeira vez, a artista trabalha com os bailarinos da Companhia Nacional de Bailado, cuja técnica e versatilidade se amplia desde peças de reportório clássico às criações de autores atuais, debruçando-se agora nesta constelação de trabalhos. Um ciclo para ver ou rever o dueto “Olhos Caídos” (2010), a peça para um coro de 12 intérpretes a partir da leitura da Odisseia de Homero, “A Tecedura do Caos” (2014), ambas estreadas na Bienal de Dança de Lyon, e descobrir a nova criação “S”.

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OLHOS CAÍDOS
Peça para bailarino e sombra
Nesta pequena peça, os dois bailarinos que a interpretam executam sequências coreográficas de uma precisão peculiar. Sequências que usam sobretudo os braços, onde gestos rápidos e acutilantes se combinam com movimentos lentos mas contínuos, conferindo um ritmo musical ao trabalho. Os intérpretes alternam continuamente entre estar de pé ou deitados no chão, criando uma confusão de planos definidos por braços e torsos que parecem dobrar-se e desdobrar-se, como se se tratassem de personagens de origami.

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S
Em “S” podemos ver uma mistura de símbolos. Um contraste de formas. Um mesclado de estilos. Esta nova criação assenta no percurso e desenvolvimento da sapatilha de ponta, uma (tímida) homenagem a Marie Taglioni (1804-1884) a primeira bailarina a utilizar este objeto em cena, em 1832, em “La Sylphide”.
Indispensável à vida de uma bailarina clássica, a sapatilha de ponta surgiu no século XIX e ao longo dos tempos tem sido transformada, adaptada e aperfeiçoada, no que diz respeito à sua estrutura e materiais utilizados. "S" não pretende ser uma abordagem histórica, mas cruza diferentes estilos de dança entre o romântico, o clássico e o moderno, momentos que simbolizam passagens que foram determinantes na história da dança.

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A TECEDURA DO CAOS
O corpo da Odisseia de Homero, olhado como o objeto monumental que representa por princípio algumas das leis fundamentais da poesia épica, é o de um percurso infinito de regresso que conduz a um reencontro e, por fim, a uma espécie particular de redenção do seu herói. A sua forma escrita põe em cena a fusão de uma crença inabalável e dos obstáculos que se erguem à sua frente, de uma esperança confiante e da dor trazida pela espera angustiada da união final. A sua forma movente, em contrapartida, quer traduzir esta intimidade do anseio e da luta constantes num abismo que é forçado a tornar-se um caos vivo. (...) A possessão que se apodera dos corpos aumenta até ao limite do tumulto e da loucura, até que se dissolve de novo e cede, entrega-se ao seu próprio desaparecimento. É a pura reciprocidade da eclosão e do apaziguamento. Assim é a consciência perplexa e frenética da dança, mesmo quando procura esquivar-se à sua vocação divina: ela persegue ainda, como é dito algures na Odisseia, o ato de percutir, de bater com os pés faiscantes no solo sagrado – mas agora virado do avesso e posto fora de si.
Bruno Duarte, 2014

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Dos domínios da coreografia, Tânia Carvalho transporta-se frequentes vezes para a composição musical. Uma artista cuja vontade de expressão não se esgota numa só linguagem. As suas criações vagueiam pelas sombras, pela vivificação da pintura, pelo expressionismo e pela memória do cinema. Assim a artista constrói a sua cosmogonia misteriosa, um conjunto de códigos que transcendem a própria arte movente — seja no cuidado linguístico e semântico que inscreve na titulação dos seus trabalhos, seja na passagem frequente por territórios mais distantes da coreografia, como o desenho. Ao longo de quase duas décadas, Tânia Carvalho vai fazendo o seu caminho: criterioso e cada vez mais multidisciplinar.

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Teatro Rivoli
Terça a Sexta 13h00 – 22h00
Sábado 14h30 – 22h00
Domingo - Encerrado exceto em dias de espetáculo
Em dias de espetáculo a bilheteira mantém-se aberta até 30 mins. após o início do mesmo.
Tel. 22 339 22 01
bilheteira.tmp@cm-porto.pt
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