FCSH - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - UNL
Avenida de Berna, 26-C - Lisboa Ver website
Objetivos O cânone do cinema foi principalmente construído a partir da produção de Hollywood e de alguns países europeus. Ao longo deste curso, pretendemos explorar cinemas com origens em geografias diversas, incidindo preferencialmente nos continentes africano e sul americano, que surgiram da vontade de descolonizar a produção cinematográfica global hegemónica. Mais concretamente, procuraremos analisar outros modos de realizar e produzir filmes e como as características culturais, políticas e estéticas específicas de contextos indígenas, colonizados ou subalternos questionam e expandem as estruturas narrativas cinematográficas convencionais. Programa O curso propõe uma análise global do cinema pós-colonial e cinema indígena e o exame mais aprofundado de certos temas e contextos específicos através de alguns estudos de caso de produções guineenses, moçambicanas, angolanas e do povo indígena Mbya Guarani, no Brasil. Introduzindo o papel histórico que a prática cinematográfica assumiu nas dinâmicas assimétricas de conhecimento e poder que acompanharam e fortaleceram os grandes projectos de colonização, procuraremos compreender como outros cinemas respondem à celebre indagação colocada por Gayatri Spivak: Pode o Subalterno Falar? Para tal, bordaremos os seguintes temas: o cinema colonial português; o movimento do terceiro cinema, a partir de trabalhos que surgiram na Argélia, Cuba e Argentina; o cinema nas lutas de libertação em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau; os cinemas nacionais pós-independência; cinemas informais e alternativos (Nollywood); o cinema indígena e as suas relações com a luta pela terra, a ético-estética ameríndia, o animismo e o xamanismo. As aulas serão constituídas por apresentações expositivas, projecção de filmes e discussão com os alunos. Aula 1: Dos Cinemas Coloniais ao Movimento do Terceiro Cinema Aula 2: Do Cinema de Libertação ao Cinema na Rua: o caso da Guiné-Bissau. Aula 3: Angola e Moçambique: filmes anti-coloniais e de libertação e cinema da nação Aula 4: Cinema indígena: “talk back”, soberania e subversão visual e estéticas indígenas Aula 5: Cinema indígena no Brasil: os filmes dos Mbya Guarani e do Vídeo nas Aldeias Bibliografia Shoat, Ella e Robert Stam. 1994. Unthinking Eurocentrism: Multiculturalism and the Media. Oxon/New York: Routledge. Piçarra, Maria do Carmo e Jorge António. 2014. Angola. O Nascimento de uma Nação: O Cinema da Independência (Volume III). Lisboa: Editora Guerra & Paz. Piçarra, Maria do Carmo e Teresa Castro (eds). 2016. (Re) imagining African Independence. Film, Visual Arts and the Fall of the Portuguese Empire. New York: Peter Lang. Wilson, Pamela e Michelle Stewart. 2008. Global Indigenous Media: Culture, Poetics and Politics. Durham/London: Duke University Press. Ginsburg, Faye. 2016. “Indigenous Media from U-matic to Youtube: Media Sovereignty in the Digital Age”. Sociologia & Antropologia vol. 6, nº 3: 581-599. Inscrições: http://www.fcsh.unl.pt/formacao-ao-longo-da-vida/escola-de-verao/inscricoes
Avenida de Berna, 26-C - Lisboa Ver website